Ao cruzar uma banca de jornal num dia desses, eis que me deparo como uma Leandra Leal na capa de uma revista. Ostenta um lema, inscrito sobre a camiseta branca: #precisamos falar sobre aborto. O ar é de campanha, de mobilização. A publicação em questão é a revista TPM, da Trip Editora.
De cara, pelo histórico da mesma, desconfio de que abordagem não seja assim tão “neutra” e democrática como sugere o título da campanha. Prefiro, porém, me contrariar e acreditar que o trabalho jornalístico tenha sido apresentar as diversas vozes e opiniões sobre o assunto.
Quando há este ideário de aplicar a maior isenção possível na apuração de uma reportagem, quem ganha é o leitor, abastecido por diferentes teses e argumentos. Mesmo quando exista um posicionamento claro de uma publicação sobre um tema em específico – que sempre é saudável, se reservado aos editoriais –, ele jamais deve se furtar de ouvir vozes dissonantes, buscar as incoerências e paradoxos.
"Não acredito que a descriminalização...