A responsabilidade social do esporte e de todos nós

Nos últimos dias, a comunidade internacional tem se defrontado com episódios dramáticos em que a vida de inocentes tem sucumbido de maneira trágica. Como aceitar passivamente a morte de milhares de sírios que, procurando salvar suas vidas fugindo de um país abandonado ao caos, acabam perdendo-as em um dos maiores cemitérios de refugiados dos século XXI: o Mar Mediterrâneo?

Foto: Divulgação

Antes de tudo, o leitor deve estar se perguntando o que faz esse assunto em um blog que deveria se ocupar com temas ligados ao universo esportivo. A razão é simples. Infelizmente, não é somente no Mar Mediterrâneo que vidas inocentes têm sido perdidas, graças ao silêncio escandaloso daqueles que as poderiam salvar. No Qatar, país que sediará a Copa do Mundo de futebol em 2022, o vítimas também são inúmeras e não param de crescer.

Em um post anterior, apresentei de maneira breve o recente projeto de incentivo ao esporte promovido pelo Qatar procurando questionar também os custos sociais desse...

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A religião e o esporte como importantes aliados

A Páscoa é uma das festas religiosas amplamente celebradas até mesmo por quem não é assumidamente cristão. A troca de ovos de chocolate e a lembrança de Jesus Cristo como modelo de Amor radical são ambos símbolos da alegria pela vitória da vida. Entretanto, a Páscoa também pode ser uma interessante oportunidade para refletir sobre a relação entre esporte e religião.

No universo esportivo são comuns os rituais que exprimem o elemento religioso. Orações antes das partidas de vôlei ou basquete, o sinal da cruz antes de uma prova de atletismo e até mesmo as tatuagens e comemorações de gol dos futebolistas pelo mundo a fora são alguns exemplos da presença de atletas que confiam a Deus seu desempenho esportivo.

Porém, um exemplo em particular da relação entre esporte e religião me chamou a atenção no último mês. Estive no Reino Unido por motivos pessoais e lá pude conhecer um incrível torneio esportivo promovido pelas igrejas cristãs das Midlands Ocidentais (West Midlands, em inglês),...

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Por quê o mundo ainda reverencia Senna?

No último sábado, 21 de março, o maior nome do automobilismo brasileiro completaria 55 anos. Mesmo depois de mais de duas décadas da sua morte no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, Ayrton Senna continua sendo lembrado e celebrado.

São Paulo- SP, 29/03/1993- O piloto Ayrton Senna após a grande vitória no GP do Brasil de Fórmula 1. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Muitas vezes, uma morte trágica é capaz de eternizar aquele que perde a vida. Senna teve uma carreira em constante ascensão e que se concluiu, por um lado de maneira dramática, mas por outro manteve o piloto brasileiro no seu auge, reconhecido pelas vitórias e o incontestável talento, sem tempo para um possível declínio.

Os resultados obtidos por Ayrton Senna durante a sua carreira e o jeito arrojado de dirigir carros de Fórmula 1, especialmente em condições climáticas difíceis, também justificam a sua fama. Senna correu por quatro equipes da categoria mais importante do automobilismo: Toleman, Lotus, McLaren e...

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O desafio de banir a violência nos estádios

No último final de semana, a Inglaterra mostrou que o futebol pode se limitar ao universo esportivo, sem necessariamente ter de estampar as páginas policiais dos jornais por conta da violência entre torcidas. Nas duas partidas disputadas domingo, em Londres, quase 150 mil torcedores foram acompanhar seus times nos dois imensos estádios de futebol da capital inglesa. A distância entre os dois estádios da cidade é de somente 16 quilômetros. Estavam envolvidas nas partidas três torcidas locais que se detestam. Mesmo diante desse cenário inóspito, houve incidentes envolvendo torcedores? Não.

No dia 1º de março, num dos clássicos mais acirrados do Brasil, Internacional X Grêmio, uma área do estádio Beira Rio com capacidade para dois mil torcedores foi reservada para uma torcida mista. Foto: Alexandre Lopes/Internacional

Para conter a violência nos estádios, a solução encontrada pelos ingleses foi bem diferente das propostas recentemente pelo Ministério Público brasileiro, que defende a...

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Uma África que ainda sorri

Depois de uma final dramática, no ultimo domingo o mundo conheceu o grande vencedor do Campeonato Africano de Nações, sediado na Guiné Equatorial, no oeste do continente.

Partida entre as seleções de Senegal e Costa do Marfim, realizada em 16 de novembro de 2013, em Casablanca (Marrocos). Foto: Groundhopping Merseburg/Flickr

Da mesma forma que as seleções de futebol da América do Sul se enfrentam na Copa América, as equipes africanas também disputam um torneio continental que reúne as seleções de ponta do continente.

A primeira edição do campeonato aconteceu em 1957, com apenas três seleções: Egito, Sudão e Etiópia. Depois, foi preciso criar um torneio de qualificação, devido ao crescente número de participantes. Somando 30 edições, o maior campeão do Campeonato Africano de Nações é o Egito, somando 7 conquistas.

O triunfo marfinense

Alguns meses antes do torneio de seleções de futebol masculino mais importante da África existia o temor do cancelamento do evento, por conta da epidemia...

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Os milhões para o esporte no Catar

O campeonato mundial de Handebol organizado no Qatar tem impressionado os amantes do esporte. Foto: Alexandra Panagiotidou/Qatarhandball2015 (19/01/2015)

Já estamos no final de janeiro e, nas últimas semanas, muitos eventos esportivos chamaram a atenção da mídia internacional, mas um, em particular, merece destaque: a Copa do Mundo de Handebol masculino no Qatar.

O investimento no Handebol?

Além dos destaques individuais do mundo esportivo, como a segunda vitória consecutiva do português Cristiano Ronaldo como melhor jogador de futebol do planeta e a eliminação do tenista Roger Federer, já na terceira rodada do Aberto da Austrália, o campeonato de Handebol organizado no Catar tem impressionado os amantes do esporte.

Logo após ser escolhido como país sede do Mundial de Handebol o país estabeleceu como meta organizar o melhor evento da história desse esporte, montando também uma seleção “à altura”, repleta de atletas vencedores. Usando os milhões de dólares provenientes da venda do...

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Sobre

Fazer do esporte um instrumento de promoção da fraternidade é aceitar o desafio de descobrir, acima de tudo, a prática de atividades físicas como possibilidade de encontro, de relação. Em uma competição esportiva, o adversário não é um inimigo, nem o jogo uma batalha. Por isso, respeitar as regras predefinidas e preservar um espírito de lealdade e honestidade tornam-se elementos essenciais para que o esporte realize a sua missão socioeducativa. Neste blog, queremos identificar, discutir e descobrir os grandes promotores do esporte no Brasil e no mundo e, com eles, refletir sobre valores que ajudam a edificar a nossa sociedade.

Autores

Valter Hugo Muniz

Jornalista com experiências internacionais na Ásia (Indonésia) e na África (Costa do Marfim). Atualmente mora em Genebra, na Suíça. É formado em jornalismo pela PUC-SP. Trabalhou em agências de comunicação, empresas multinacionais, editoras e na televisão. Concluiu recentemente uma pós-graduação no Instituto Universitário Sophia, em Florença, Itália.