Em dias de Copa do Mundo é difícil prestar atenção em outros eventos esportivos. A primeira semana do evento futebolístico planetário tem sido repleta de surpresas, dentro e fora do campo.
Dois momentos distintos chamaram a minha atenção nos últimos dias: O primeiro foi o exemplo de educação por parte dos torcedores japoneses, que foram vistos recolhendo o próprio lixo após a partida em que o Japão foi derrotado pela Costa do Marfim por 2x1. O segundo foi o “rolezinho” no shopping Midway em Natal, feito pelos torcedores de Gana e admirado por aqueles que presenciaram a festa.
Esses acontecimentos mostram bem como a Copa promove momentos incríveis, não só dentro do campo. Porém é preciso ficar atento!
Um pouco além do futebol
Peço desculpas aos amantes do futebol para, mesmo no calor da Copa, falar de outro esporte, não tão popular em terras brasileiras: o basquete.
Enquanto o mundo inteiro se emociona com as maravilhosas partidas que a Copa no Brasil tem promovido, nos Estados Unidos, terminou mais um campeonato da NBA (abreviação de National Basketball Association ou Associação Nacional de Basquete, em português), o campeonato de basquete mais importante do planeta.
Tiago Splitter. Foto: www.tiagosplitterbrasil.com
Os dois finalistas, San Antonio Spurs - campeão da Conferência Oeste - e o Miami Heat - campeão da Conferência Leste - fizeram excelentes campanhas até chegarem à série de cinco partidas que definiu, ontem, o grande campeão da liga americana de basquete. O que se viu, contudo, nas finais, foi um show do Spurs que desbancou o então bicampeão, Miami Heat.
Para nós brasileiros, o título do Spurs traz outra conquista que vale a pena ressaltar: pela primeira vez na história, um jogador brasileiro se consagra campeão do torneio de basquete mais valioso do mundo.
A façanha de Thiago Splitter
Na história do basquete brasileiro alguns bons jogadores se destacaram no cenário mundial. Impossível não mencionar Oscar, o “mão santa”, recentemente eternizado no Hall da Fama do basquete de Springfield, em Massachusetts, e que, há algum tempo, luta contra o câncer.
Porém, só em 2014, podemos dizer que, finalmente, um atleta brasileiro venceu o campeonato mais importante do basquete mundial. A façanha foi alcançada pelo blumenauense Tiago Splitter, exímio marcador de 2,11m e 29 anos.
“É difícil botar em palavras o que estou sentindo. Eu nunca imaginei que um dia eu poderia ser campeão da NBA e ainda seria o primeiro brasileiro a conquistar esse título. O meu sonho era apenas estar na NBA. Custo a acreditar que eu consegui ser campeão da NBA. É mais que do que o sonho que eu tinha. Eu só queria fazer parte desse universo que eu sempre tive vontade de conhecer de perto, que eu assistia pela televisão desde que era pequeno. Eu jamais sonhava mesmo em ser campeão da NBA. Não consigo controlar a minha alegria. Eu sou campeão”, afirmou Tiago, no vestiário dos Spurs, aos repórteres de um importante jornal brasileiro.
Splitter iniciou sua carreira profissional jogando no Ipiranga, de Blumenau. Antes de partir para a Espanha em 2001. Em terras espanholas fez parte do time Bilbao Berri e o Baskonia, onde jogou por 7 temporadas. Em seguida, o brasileiro foi para os Estados Unidos, jogar no San Antonio Spurs.
A importante conquista pessoal de Splitter veio justamente vinte anos após a (talvez) maior conquista do basquete brasileiro nos últimos anos: o Mundial feminino de 1994.
