Sociedade / Cinema
  

Programa irá estimular produção audiovisual no Brasil

Além de filmes nacionais, "Brasil de Todas as Telas" vai incentivar capacitação de profissionais e implantação de novas salas

por Paulo Victor Chagas - Agência Brasil*   publicado às 10:35 de 02/07/2014, modificado às 09:50 de 30/07/2014

Foto: Marcello Casal Junior/ABr

Foi lançado ontem (1º) o Programa Brasil de Todas as Telas, considerado uma das maiores iniciativas de desenvolvimento do setor audiovisual do Brasil, pelo volume de recursos, de R$ 1,2 bilhão. A partir de hoje (2) estão disponíveis R$ 480 milhões para ações de fomento a produção de obras cinematográficas nacionais, a capacitação profissional e a implantação de novas salas de cinema.

De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, além dos recursos anunciados, há R$ 310 milhões disponíveis para o programa Cinema Perto de Você, que se juntarão a R$ 413 milhões de recursos já anunciados no final do ano passado, totalizando o R$ 1,2 bilhão de investimentos no programa.

Os recursos podem ser aplicados na criação de novos processos de seleção para produtoras qualificarem projetos e criarem novos conteúdos audiovisuais. Segundo Rangel, esse primeiro objetivo vai permitir a criação de 450 novos projetos para cinema e TV e de 54 núcleos de criação em todas as regiões do país. O programa também tem como meta a produção de 300 filmes longas-metragens e 400 obras para televisão, num total de duas mil horas de conteúdo para todas as plataformas de exibição.

Para o cineasta Roberto Moreira, representante da indústria cinematográfica no Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, a vocação do programa é acolher a diversidade e incentivar o setor tanto para o pequeno quanto para o grande produtor. “A maior ambição é justamente favorecer esse diálogo entre as produtoras de audiovisual e seu público. Em última instância, trata-se de criar imagens nas quais a sociedade se reconhece e se discute”, disse.

“A partir de hoje, qualquer estado brasileiro, em especial os do Norte, Nordeste e do Centro-Oeste, têm mecanismos para garantir uma produção própria, o mesmo podemos dizer das emissoras públicas de todo país. Só não vai produzir quem não quiser”, avaliou.

Para os profissionais, serão criadas bolsas de capacitação, pesquisa e produção, com duração de até dois anos, nos campos técnico-operacional, gestão e negócios, e criação e dramaturgia. De acordo com o diretor-presidente da Ancine, a parceria com o Ministério da Educação vai permitir a criação de 20 novos cursos em 12 capitais e matricular mais de cinco mil estudantes, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Audiovisual.

Uma das linhas de financiamento vai abarcar a rede pública de televisão. A Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas terá R$ 60 milhões para o fomento de produções regionais independentes, e será administrada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De acordo com o diretor-geral da empresa, Eduardo Castro, o valor será distribuído igualmente entre as cinco regiões do país. “É uma grande ação em conjunto, que reforça a regionalização, o relacionamento com as produtoras independentes, e traz produção inédita para a rede pública em quantidade muito interessante, que pode chegar a 300 horas de programação por ano”, afirmou. Segundo Castro,  as produções já poderão ser vistas nas emissoras públicas, como a TV Brasil, a partir de 2015.

O programa também vai implantar novas salas de cinema e modernizar as existentes. No Ceará, por exemplo, 16 salas de cinema serão implantadas em oito municípios do interior. De acordo com a Secretaria de Cultura do estado, R$ 20 milhões serão investidos nas novas salas para reduzir a desigualdade no acesso a cinema entre a capital e as cidades do interior.

*Texto original editado pela Cidade Nova

Tags:

Cinema, cultura, televisão, audiovisual

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