Sempre achei que conhecia o mundo, até perceber que havia tanto para explorar fora da minha bolha. Meu nome é Raone, sou de Lajedo, Pernambuco, e estou no Paraguai vivendo uma experiência que mudou completamente minha visão de mundo. Tudo começou quando decidi participar do projeto Milonga, uma iniciativa de voluntariado social. Hoje, ajudo em uma escola com crianças de 6 a 11 anos, cuidando de reparos, organizando a biblioteca, dando suporte nas aulas e, claro, aproveitando cada momento para brincar com elas.
A verdade é que nunca havia pensado seriamente em fazer voluntariado fora do Brasil, mas durante o Genfest, um evento incrível que reúne jovens do mundo todo, algo dentro de mim despertou. Conheci diversas organizações que fazem trabalhos lindos ao redor do planeta, e isso me inspirou profundamente. Além de participar ativamente da primeira fase do Genfest em Fortaleza, acompanhei de perto as organizações que receberiam outros jovens voluntários. Foi aí que surgiu a vontade de viver uma experiência mais longa. Para mim, era a combinação perfeita: conhecer outro país, aprender um novo idioma e, ao mesmo tempo, contribuir para uma causa que faz a diferença.
Quando cheguei ao Paraguai, me senti imediatamente acolhido. As pessoas aqui são incrivelmente calorosas, me receberam como parte da família. E, olha, preciso dizer: a comida é simplesmente sensacional! Mas o que mais me surpreendeu foi perceber que, em uma experiência como essa, a gente recebe muito mais do que oferece. O carinho e o afeto que recebi aqui aquecem meu coração todos os dias. E, mais do que isso, aprendo algo novo a cada momento, principalmente sobre mim mesmo. Estar com as crianças me permite redescobrir a simplicidade da vida e, de certa forma, me reconectar com minha própria infância.
Depois do Genfest, senti uma espécie de "chamado" para fazer algo concreto. As histórias que ouvi durante o evento me deram um empurrão, como se alguém me dissesse: "Agora é sua vez, Raone". E foi com essa energia que vim para cá, com uma frase em mente que me motiva todos os dias: "Seja a mudança que você quer ver no mundo". Essa ideia me dá forças para levantar diariamente e ser uma pequena semente de um mundo mais unido.
É claro que nem tudo são flores. Sinto saudades de casa, dos meus amigos e da minha família. Mas sei que o que estou vivendo aqui no Paraguai está me fortalecendo para continuar nessa jornada. Quando eu voltar ao Brasil, quero levar comigo essa experiência e aplicá-la ao meu contexto. Há tanto para ser feito, e estou certo de que, junto com meus amigos que compartilham dessa vontade, podemos fazer a diferença. O voluntariado não acaba quando o projeto termina; ele continua nas nossas atitudes diárias.
Se eu pudesse dar um conselho a quem está pensando em fazer algo assim, diria para ir com o coração aberto. Não há preço que pague as trocas, o aprendizado e os laços que se formam. No fim, você percebe que, ao ajudar, você também está sendo ajudado — e isso é transformador.