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Celebrado hoje em várias partes do Brasil, o Dia Mundial Sem Carro pretende alertar sobre a emissão de poluentes por automóveis. Na contramão da data, o relatório "Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil", divulgado ontem pela World Resources Institute (WRI), mostra que o país deve aumentar a participação de fontes poluentes na matriz energética nos próximos anos. Entre 2013 e 2022, mais de 70% dos investimentos previstos para o setor de energia no país devem ser feitos em fontes com altas emissões de gases de efeito estufa.
Isso porque o país já conseguiu reduzir o impacto da mudança do uso da terra nas emissões de carbono, que caiu 74% de 2005 a 2011. O problema é que as emissões do setor de energia cresceram 24% no mesmo período.
De acordo com o relatório, a solução é conhecida de muitos brasileiros: necessidade de investir em alternativas menos poluentes no setor de transportes e em fontes limpas de energia, como solar e eólica.
Porém, para investir nestas alternativas é preciso apoio das indústrias, além de conscientização da população e ação do governo. O que não está sendo muito fácil. O relatório Measuring Corporate Influence on Climate Policy (Medindo a Influência Corporativa nas Políticas Climáticas, em tradução livre), da organização britânica InfluenceMap.org, mostra que 45% das cem maiores companhias do mundo trabalham ativamente para obstruir a ação contra as emissões de gases de efeito estufa.
Já o governo brasileiro tenta costurar um acordo global para a 21ª Conferência do Clima (COP 21), que será realizada em dezembro, em Paris. Neste mês, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente colocará em consulta pública o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas. Se seguir o cronograma anunciado, a presidente brasileira deverá apresentar no dia 27 de setembro o plano de combate ao aquecimento global (INDC) que o governo pretende levar à conferência de Paris.
Por enquanto, nos resta trocar alguns hábitos e continuar pressionando líderes e tomadores de decisão para que produzam medidas efetivas pensando no bem comum e nas futuras gerações.