Hoje comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo, uma data dedicada à importância que o solo tem na sociedade e da necessidade de sua conservação. O dia homenageia o norte-americano Hugh Bennett (1881-1960), considerado pioneiro na conservação do solo nos Estados Unidos, que durante as primeiras décadas do século XX mobilizou e liderou o movimento pela conservação do solo no seu país.
Bennett acreditava que o manejo adequado do solo só seria possível se este recurso natural fosse conhecido e estudado. E foi o que fez, definindo as fases da erosão e a dinâmica dos fatores de formação do solo (rocha, relevo, clima, tempo e seres vivos), entre outras coisas.
Infelizmente, hoje em dia esse tipo de pensamento – conhecer para melhor cuidar - não anda lá muito em voga quando se trata do solo. Poucos se lembram que o recurso não é tão renovável quanto se imagina. Para criar 10 centímetros de solo fértil, por exemplo, são necessários aproximadamente 2 mil anos.
E nãopodemos culpar somente a agricultura pela degradação. A maior parte do solo do planeta é usada pela atividade agrícola, mas há problemas que são ocasionados pelas explorações industriais, minerais e urbanas. “Não se pode cobrar do produtor toda a responsabilidade pelo que está no ambiente”, disse Luis Carlos Hernani, pesquisador da Embrapa Solos e especialista em conservação deste recurso, em entrevista à Cidade Nova.
Inclusive, quando se trata de agricultura, o país possui tecnologia para minimizar os efeitos degradantes. Entre elas, destaque para sistema de plantio direto. Entre os pioneiros no país estão três produtores do Sul, que não poderiam deixar de ser mencionados em uma data tão significativa: Herbert Bartz, de Rolândia; Nonô Pereira, de Ponta Grossa; e Franke Dijkstra, de Castro (todos do Paraná).
Homenageados recentemente no livro “Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira”, eles introduziram a técnica no Brasil e tiveram importante contribuição para sua difusão e aprimoramento.
Herbert Bartz foi o pioneiro do plantio direto em solo brasileiro. Já Nonô Pereira encontrou no sistema uma solução ao problema da erosão. Franke Dijkstra enfrentou críticas de outros agricultores e, a exemplo de Bartz e Pereira, tornou-se uma das primeiras pessoas a levantar esta bandeira. Entre as realizações destes pioneiros está a criação do “Clube da Minhoca”, formado no final dos anos 1970 para troca de experiência entre os produtores.
Porém, como o próprio Bennett acreditava e como bem ressaltou Hernani, “é preciso que toda a sociedade se engaje nessa situação”. E para se engajar é preciso arregaçar as mangas. Para começar, que tal acessar a projeção Outlook Fiesp e ver o vídeo sobre o Ano Internacional do Solo: