Arte / Educação
  

Orquestra Jovem ganha ateliê para confecção de instrumentos de plástico

Desenvolvida na Bahia, a iniciativa articula ensino de música, inclusão sócio-produtiva e sustentabilidade

por EcoDesenvolvimento*   publicado às 09:52 de 16/11/2015, modificado às 09:52 de 16/11/2015

A música clássica baiana ganhou um importante reforço na semana passada, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Um ateliê de lutheria de plástico foi inaugurado no Centro Educacional Santo Antônio, localizado no Núcleo de Educação das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).

Desenvolvida pelos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, a iniciativa articula ensino de música, inclusão sócio-produtiva e sustentabilidade. Foto: Elói Corrêa/Governo da Bahia

O espaço faz parte da segunda etapa do Projeto Orquestra Plástica, que promove a construção de violinos de plástico pelos próprios integrantes dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba).

“Jovens com faixa etária entre 6 e 29 anos vão ter o acesso a novos conhecimentos. Além de manter os estudos de música, passam a saber como construir o instrumento que vão tocar. Essa medida de construção do instrumento vai ser, inicialmente, para consumo interno. Essa é uma alternativa de ter mais equipamentos musicais para o número de participantes do Neojiba, que tem aumentado”, explica a diretora institucional, Beth Ponte.

O projeto, que articula, por meio da música, os campos da sustentabilidade e da inclusão sócio-produtiva, prevê a fabricação de 120 instrumentos sinfônicos de cordas, a partir de tubos de PVC combinados com resina de poliéster e fibra de vidro. A construção dos violinos segue o passo a passo elaborado por pesquisas de formas e sons desenvolvidas pelo músico Natan Paes, em 2010, e aprimoradas pelos luthieres do Neojiba.

Segundo o coordenador técnico-pedagógico do Projeto Orquestra Plástica, Alan Jonas, os estudos ainda são continuados para que o grupo chegue a avanços ainda maiores. “Sou músico e sempre quis construir um instrumento e consegui. Mas, apesar dos excelentes resultados obtidos com os violinos de plástico, é preciso fazer novos testes para chegarmos à excelência em todas as peças que compõem o instrumento sinfônico”, destaca o pesquisador.

Além dos palcos
Com a inauguração do espaço, o interior da Bahia passa a contar com dois ateliês em operação, tendo o primeiro sido instalado no município de Angical, no extremo oeste do estado.

Para Carlos Eduardo Silva, 16, que foi um dos selecionados para participar das oficinas de construção de instrumentos sinfônicos de plástico, a oportunidade vai abrir portas importantes no segmento musical. “Isso é maravilhoso. Tenho interesse de trabalhar nos dois momentos do espetáculo: no palco e na fabricação dos instrumentos. Esse é um mercado frágil no país que podemos aproveitar”, ressalta.

Criado em 2007, o Neojiba tem por objetivo promover o desenvolvimento e integração social, prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens e situação de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletiva. Ação da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), o Neojiba beneficia cerca de 4.600 pessoas no estado da Bahia.

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