Em junho, funcionários da ONU se reunirão na Etiópia para avaliar o desempenho do programa PAA África – em inglês Purchase from Africans for Africa –, uma iniciativa inovadora, de inspiração brasileira, que há quase dois anos tem ajudado a aumentar a produtividade dos pequenos agricultores e ligá-los melhor aos mercados.
Crianças da Etiópia beneficiadas pela cooperação Sul-Sul, com tecnologia social brasileira. Foto: PMA/Silvanus Okumu
A Etiópia faz parte do grupo de países africanos beneficiados com o programa, junto com Malauí, Moçambique, Níger e Senegal. No início de maio, a embaixadora do Brasil na Etiópia, Isabel Cristina de Azevedo Heyvaert, acompanhou os resultados durante uma viagem de campo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para a região das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul (SNNPR).
Lançado em 2012, o PAA na Etiópia deve beneficiar mais de 10 mil pessoas, a maioria crianças. Produtores locais, inclusive, já fornecem alimentos para a alimentação escolar nutritiva em mais de 50 escolas da região, dobrando o número de matrículas e taxa de frequência dos alunos.
Com cinco filhos na escola e uma próspera propriedade rural, Alemetu Johannis, agricultora de 36 anos, afirma se sentir beneficiada. “A minha casa mudou, não só porque agora posso comer manteiga e leite, mas também porque eu posso me dar ao luxo de mandar meus filhos para a escola”, acrescentou.
“Nós queremos que os outros países africanos compartilhem os bons resultados que obtivemos no Brasil”, diz a embaixadora brasileira. “E o que vemos aqui é muito encorajador.”
O programa P2P, que faz parte do PAA África, já planeja comprar cerca de 37.500 toneladas de grãos de pequenos agricultores locais da Etiópia para fornecer aos programas do PMA na maioria das áreas com insegurança alimentar do país – o suficiente para alimentar mais de 2,5 milhões de pessoas durante um mês.