Tecnologia / Sustentabilidade
  

Especialistas apresentam tecnologias que vão mudar o mundo em 2016

Divulgada pela revista especializada Scientific American, as novidades prometem revolucionar a maneira como vivemos e como interagimos com o mundo já nas próximas décadas

por da Ansa   publicado às 12:11 de 01/07/2016, modificado às 12:15 de 01/07/2016

Dos carros sem motoristas à internet das coisas e dos órgãos em chip a bactérias que se transformam em fábricas: essas são algumas das tecnologias emergentes de 2016 que mudarão o mundo, melhorando a nossa vida cotidiana, transformando os processos produtivos nas indústrias e contribuindo para a melhoria do planeta.

Tecnologia circuit

 

As 10 novas tecnologias foram anunciadas por especialistas do Fórum Econômico Mundial e publicadas pela revista Scientific American. Confira quais são elas:

Internet das coisas em nível nano – Até 2020, 30 bilhões os microssensores localizados em carros, termostatos, fechaduras, coleiras de animais e vários outros objetos estarão conectados em rede e conseguirão transmitir informações entre si.

No entanto, a grande novidade da chamada internet das coisas será  a criação e a produção em larga escala de nanossensores, que poderão circular no corpo humano ou até estar dentro de materiais de construções. Conectados entre si, esses dispositivos minúsculos poderão revolucionar diversos setores, da medicina à arquitetura, da agricultura à produção de remédios.

Novas baterias - Um dos maiores obstáculos à difusão de energias renováveis – como a solar e a eólica – é a imprevisibilidade entre oferta e demanda. Muitas vezes o tempo está propício para uma grande produção de energia que passa a ser mais do que a necessária naquele momento para determinada região e acaba se perdendo no processo de armazenamento. O contrário também ocorre, quando o tempo ruim não permite a produção suficiente para determinado momento.

Para corrigir o descompasso, tecnologias para a criação de baterias mais potentes e menos nocivas ao meio-ambiente à base de zinco, sódio e alumínio estão progredindo recentemente. Já se pode criar, por exemplo, baterias adaptadas a pequenas redes elétricas que conseguem oferecer energia para comunidades que antes estavam desconectadas.

A tecnologia do Blockchain - Outra tecnologia tida como 'do futuro' é o Blockchain, um registro ou livro-razão online disponível a todos os participantes desse sistema virtual que reúne uma rede de transações e de pagamentos realizados com a moeda eletrônica Bitcoin.

Cada vez mais um número maior de pessoas e de grandes companhias, como Google, Microsoft e IBM, estão desenvolvendo iniciativas de Blockchains e percebendo o poder e o impacto positivo que essa tecnologia poderá ter para mudar o mercado e suas gestões, além de melhorar a privacidade e os problemas relacionados à segurança nas compras online. Esses projetos podem também ser úteis e decisivos para simplificar e facilitar ações como a venda de propriedades e a realização de contratos.

Materiais em 2D - Uma nova classe de materiais que conta com apenas uma camada de átomos está sendo considerada uma das principais tecnologias da atualidade. Um exemplo de material em 2D, como são chamados, é o grafeno, liga feita a partir do carbono e que é mais forte que o aço, mais resistente que diamante, super flexível, super leve, transparente e um veloz condutor elétrico.

Além dele, outros materiais como o siliceno (do silicone) e o fosforeno (do fósforo), tem aplicações em vários setores e poderão ser, no futuro próximo, mais fáceis e rápidos de serem produzidos.

Carros sem motoristas - A difusão de carros que não precisam de motoristas para se deslocarem vai aumentar gradualmente junto com a tecnologia que garantirá a segurança desses veículos e com a introdução de normas e leis que regularão a circulação de tais veículos nas estradas. Eles também poderão ser extremamente úteis em populações mais velhas que não querem ou não podem mais dirigir e na prevenção de acidentes.

Órgãos em chips - Essa tecnologia, que se faz cada vez mais necessária, baseia-se na criação de miniaturas de órgãos humanos em microchips para que os tecidos possam ser analisados e usados na aceleração os estudos contra doenças e para o desenvolvimento de novos remédios sem o uso de testes em animais.

Trata-se de um grande passo para a medicina, já que é difícil encontrar órgãos reais que possam ser usados para experimentos com fins de estudos. Até o momento vários laboratórios já criaram protótipos de rins, corações, pulmões e córneas.

Células solares em perovskita - Atualmente, a captação de energia solar é feita a partir de células de silicone fixadas nos telhados de casas e fábricas. Essas células apresentam alguns problemas, como o tamanho e o peso que devem ter para funcionarem bem (ambos grandes), a dificuldade para serem produzidas, a quantidade de gases que são emitidos na sua produção e a transformação de apenas 25% da luz do sol que ilumina as placas em energia.

Para isso, cientistas estão desenvolvendo células a partir do mineral perovskita que, segundo especialistas, poderão ser menores, mais leves, mais rentáveis e menos poluentes que as de silicone em um futuro não tão distante.

Inteligência artificial para criação de assistentes pessoais digitais - O avanço nas tecnologias relacionadas à inteligência artificial está fazendo com que programas online sejam cada vez mais capazes de assumir o papel de assistente pessoal. Nos próximos anos esses programas devem fazer muito mais do que apenas procurar um restaurante, mostrar um caminho para determinado destino ou agendar uma reunião, como os assistentes Siri, da Apple, ou Cortana, da Microsoft, fazem.

No futuro, eles estarão conectados não apenas aos dados do celular e da conta de email mas também à casa e ao carro do usuário.

Optogenética - O funcionamento das células de um cérebro é algo ainda misterioso para os cientistas. No entanto, em 2005 começou a ser desenvolvida uma tecnologia que pode ajudar no entendimento desse órgão, além de ajudar a prevenir ou a curar patologias intimamente ligadas ao funcionamento cerebral, como dor crônica, depressão, transtornos mentais, mal de Parkinson e até problemas de visão.

A técnica é chamada de optogenética, que basicamente oferece a possibilidade de ativar ou desativar neurônios específicos com alta precisão através de diferentes feixes de luz coloridos. A tecnologia consiste em implantar proteínas de pigmentos nas células cerebrais que, com o recebimento de uma determinada cor de luz irá responder de uma maneira específica e programada.

A grande novidade é a criação de microchips pouco maiores que um neurônio que podem ser injetados nas células do cérebro, levando com eles os pigmentos requeridos.

Microrganismos como fábricas - Os avanços nos campos de bioengenharia, como os de biologia sintética, biologia de sistemas e engenharia evolutiva, estão permitindo que bactérias e outros microrganismos se transformem em fábricas de químicos que poderão, no futuro, substituir os petroquímicos, como petróleo, carvão e outros combustíveis fósseis.

Com isso, setores como o de biocombustíveis e o de remédios podem evoluir e impactar menos o meio-ambiente, sendo menos poluentes e nocivos.