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Comunidades tradicionais do Amazonas recebem tocha olímpica

Indígenas e ribeirinhos da Reserva do Tupé comemoraram a passagem da chama, que também esteve no encontro das águas dos rios Negro e Solimões

por Bianca Paiva - Agência Brasil   publicado às 10:41 de 21/06/2016, modificado às 10:42 de 21/06/2016

Comunidades tradicionais do Amazonas puderam ver, na última segunda-feira (20), a passagem da tocha olímpica, em seu último dia no Amazonas. Domingo (19), a tocha percorreu 39 quiômetros, passando pelos principais pontos de Manaus.

Comunidades tradicionais no Amazonas recebem a Tocha Olímpica. Foto: Bianca Paiva/Agência Brasil

Por volta das 13h, a chama olímpica chegou à Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé, onde vivem cerca de seis comunidades indígenas e ribeirinhas. Apesar do atraso de quase três horas, ela foi recebida com alegria pelo curandeiro pajé da etnia dessana, Raimundo Kissib Kumu Vaz, escolhido para ser um dos condutores da tocha. Um ritual indígena com o sagrado fogo olímpico foi feito em uma oca no meio da floresta.

“Eu tenho uma honra muito grande. A tocha significa muito porque nós somos seres do dia. O nosso símbolo é sol, é fogo. Então, essa tocha significa o nosso símbolo. O fogo é que faz a força pra nós. É por isso que estou muito arrepiado e contente recebendo isso”, disse o pajé.

A reserva ecológica faz parte do município de Manaus e é administrada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Para o secretário da pasta, Itamar de Oliveira, a passagem da tocha pelo local valoriza e dá visibilidade aos povos da região. “É uma grande satisfação estarmos aqui nesse santuário ecológico, prestigiando cada vez as comunidades indígenas do Amazonas. E também para o mundo ver a importância desse local”, declarou o secretário.

O símbolo também foi recebido com muita emoção, cartazes e fogos de artifício na comunidade flutuante do Catalão, no município de Iranduba. Por causa do atraso no revezamento, a moradora Aldeine Castro chegou a pensar que não teria a chance de ver a tocha no local onde mora. “Pra nós é um momento de alegria, um momento único. Estamos esperando desde as 9h. Já estávamos tristes, todo mundo pensando que ela não viria mais. Mas, graças a Deus, chegou”, disse.

O pescador Manoel Alves da Silva, 59 anos, foi um dos dois moradores da região escolhidos para conduzir a tocha. “É um grande prazer ter sido escolhido. A comunidade me escolheu e eu quero representar meu município. Isso é uma honra para mim”, afirmou.

Durante o revezamento, o pescador entregou a chama sagrada a outra moradora, a atleta de canoagem Raimunda de Freitas. Foi ela quem levou a tocha para o encontro das águas dos rios Negro e Solimões. “Pra mim é a maior honra conduzir a tocha olímpica pensando no trabalho que eu tenho feito e pelo qual me escolheram. Para mim, é um sonho”

O maior símbolo da Olimpíada também passou pela comunidade São Tomé, no município de Iranduba. Um dos condutores interagiu com botos cor-de-rosa. À tarde, o revezamento da tocha no Amazonas foi encerrado no município de Presidente Figueiredo, passando pela Cachoeira de Iracema e depois descendo de rafting pela corredeira do Urubuí.

Hoje, a chama olímpica chega a Rio Branco, no Acre. O revezamento será feito por 120 condutores em 24 quilômetros.

Centro de Instrução de Guerra na Selva
A chama olímpica também passou pelo Centro de Instrução da Guerra na Selva ( Cigs), em Manaus, na manhã de ontem, com a presença da onça Juma, mascote do zoológico que funciona no local. Em nota, o Ministério da Defesa informou que uma onça precisou ser abatida após conseguir escapar. O órgão não informou se era Juma. No momento da captura, o animal recebeu tranquilizantes, mas, mesmo assim, atacou um militar. Como procedimento de segurança, foi disparado um tiro de pistola na onça, que morreu. O Cigs informou que já determinou a abertura de processo administrativo para apurar os fatos.

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