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Dilma diz que é figura incômoda e que não está "cansada de lutar"

Ela discursou ontem durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, na capital federal

por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil   publicado às 07:01 de 11/05/2016, modificado às 16:51 de 11/05/2016

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem (10) que é uma "figura incômoda", que vai se manter de "cabeça erguida" e que lutará com todas as suas forças para que o seu mandato termine somente no dia 31 de dezembro de 2018. Ela discursou durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, na capital federal.

Brasília, 10/05/2016 - Presidente Dilma Rousseff na abertura da 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Dilma recorreu à "história" para dizer que sofre um processo de impeachment que classificou de "golpe", e revelou que, mesmo se afastada, vai participar de eventos para os quais for convidada e disse que não está cansada de lutar.

"Eu sou uma figura incômoda. Eu me mantenho de pé, de cabeça erguida, honrando as mulheres. [Com isso], ficará claro que cometeram contra mim uma inominável, uma enorme injustiça. Eu vou lutar com todas minhas forças usando todos os meios disponíveis e legais de luta. Vou participar de todos atos e ações que me chamarem", disse.

A presidente voltou a dizer que não vai renunciar e que essa hipótese "jamais" passou pela sua cabeça. "A renúncia passa pela cabeça deles, não pela minha". Ao dizer que é preciso "dar nome aos bois", Dilma mencionou o nome do presidente da Câmara afastado, deputado Eduardo Cunha, e citou o vice-presidente Michel Temer como os que "proporcionaram ao país essa espécie de golpe feito não com armas e baionetas, mas rasgando nossa Constituição". "Eu não estou cansada de lutar. Estou cansada é dos desleais e dos traidores", disse.

De acordo com a presidente, os que propõem a sua renúncia querem evitar "de todas as formas" que ela continue denunciando o que tem classificado como golpe. "Para mim é um momento decisivo para a democracia brasileira que estamos vivendo hoje. Sem dúvida estamos num momento em que a gente sente que estamos fazendo a história desse país. A história ainda vai dizer o quanto de violência contra a mulher, de preconceito contra mulher tem nesse processo de impeachment golpista", disse, acrescentando que um dos componentes do processo decorre do fato de ser a primeira presidente eleita pelo voto popular.

A 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres reuniu milhares de delegadas de todas as regiões do país para discutir políticas públicas voltadas a garantir mais direitos e participação às mulheres. Quando chegou ao local, Dilma foi ovacionada pelas presentes e permaneceu durante seis minutos abraçando as presentes no palco e mandando beijos para a plateia. Antes do início do evento, elas cantaram de mãos dadas e à capela o Hino Nacional.

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