Política
  

Chanceler argentina confirma apoio do governo Macri a Dilma

“Esperamos que o Brasil resolva essa crise institucional, da melhor forma possível e o mais rapidamente possível, dentro dos procedimentos da democracia", afirmou

por Monica Yanakiew - Agência Brasil   publicado às 12:26 de 22/03/2016, modificado às 12:26 de 22/03/2016

A chanceler argentina, Susana Malcorra, disse ontem (21) que o governo Macri apoia a presidente Dilma Rousseff e que qualquer mudança só pode ser aceita se promovida através de instituições democráticas.

Entrevista coletiva do presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, ao lado da chanceler Susana Malcorra no Palácio do Planalto. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil (04/12/2015)

Em entrevista para detalhar a agenda da visita do presidente americano Barack Obama, que chega na próxima quarta (23) à Argentina, a ministra disse que a crise política e econômica no Brasil preocupa muito, pois o país é um forte aliado. “Não só esperamos que o Brasil resolva essa crise institucional, da melhor forma possível e o mais rapidamente possível, dentro dos procedimentos da democracia. Desejamos pelos brasileiros e por nós também uma solução, porque precisamos de um sócio forte.”

Susana Malcorra recordou que, no último fim de semana, o presidente Maurício Macri disse publicamente que apoia Dilma pois ela foi democraticamente eleita. “Como tal não pode haver nenhuma forma de mudança que não seja feita de forma através de instituições democráticas".

A chanceler afirmou que qualquer situação atípica no Brasil afeta a Argentina. “Seguimos com muita preocupação o que está acontecendo no Brasil. Temos que ser muito cuidadosos no que se diz respeito ao Brasil porque a situação do ponto de vista institucional [o país] está em um momento de grande fragilidade”, disse Susana.

Susana disse que tem mantido contatos com os ministros das Relações Exteriores do Mercosul – bloco regional integrado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O objetivo é emitir uma nota, manifestando apoio do grupo a uma solução institucional e rápida à crise brasileira. Por falta de tempo para realizar um encontro antes da visita de Obama a Argentina, Malcorra disse que os ministros estão estudando a possibilidade de fazer uma videoconferência.

A crise brasileira, disse a chanceler, tem um impacto econômico interno, mas também na Argentina: 40% do comércio internacional do país depende do Brasil, de acordo com a chanceler. "A preocupação é clara porque um país do peso, do tamanho e da importância regional que tem Brasil, seja afetado por uma crise institucional, nos afeta todos", disse Susana. "Queremos evitar uma desestabilização da região", completou.

Ainda de acordo com a ministra, a reunião de Obama e Macri tem como objetivo principal discutir a relação entre os Estados Unidos e a Argentina. Ela destacou que, no entanto, a agenda está aberta.

Tags:

crise, brasil, argentina, dilma, comércio, macri

Confira também

RevistaEconomia / Negócios

Fevereiro / 2017

Macri quer flexibilizar Mercosul
por THIAGO BORGES
RevistaSociedade / Política

Junho / 2017

Socialismo de farda e coturno
por THIAGO BORGES
RevistaSociedade / Política

Junho / 2017

Imagem
por JUAN BARRETO