Economia / Religião
  

Papa Francisco: "Progresso tecnológico não deve dominar o homem"

Em mensagem enviada aos participantes do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o pontífice enfatizou a necessidade de gerar empregos para garantir a dignidade de todos

por Rádio Vaticano*   publicado às 09:16 de 21/01/2016, modificado às 09:17 de 21/01/2016

Em Davos, localidade suíça que hospeda o Fórum Econômico Mundial, o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, foi portador de uma mensagem escrita pelo Papa Francisco e dirigida ao fundador e presidente executivo do encontro, o Prof. Klaus Schwab.

Teve início na quarta-feira (20) em Davos, na Suíça, a edição de 2016 do Fórum Econômico Mundial, que terminará no sábado (23). O tema deste ano é a “Quarta revolução industrial”. Foto: Valeriano Di Domenico

O Pontífice faz votos de que esta edição, intitulada “Dominar a quarta revolução industrial”, incentive uma contínua responsabilidade social e ambiental através de um diálogo construtivo com representantes de governo, da atividade empresarial e da sociedade civil, participantes dos setores político, financeiro e cultural.

Emprego digno, direitos sociais e meio ambiente
Tocando uma questão que o preocupa especialmente, o Papa fala do problema do desemprego, que afeta, atualmente, centenas de milhões de pessoas. “Aliada à redução da cobertura da previdência social, esta situação gera o aumento preocupante da desigualdade e da pobreza em vários países”, frisa, lembrando que os novos modelos empresariais devem criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente. "O homem deve guiar o progresso tecnológico, sem se deixar dominar por ele!”, destaca Francisco.

Depois de apelar novamente aos líderes do mundo dos negócios a “não se esquecerem dos pobres”, porque este é “o maior desafio”, o Papa pediu uma autocrítica: “Chorar diante do drama dos outros não significa apenas compartilhar os seus sofrimentos, mas também e sobretudo dar-se conta de que as nossas ações são causa de injustiça e desigualdade”. É necessária uma atitude: “Nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo”, disse, citando a Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Desenvolvimento sustentável para colmar fosso social
Para o Papa, “abrindo a mente e o coração aos pobres, pode-se dar livre curso aos talentos econômicos e técnicos e descobrir a felicidade de uma vida plena, que o consumismo, por si mesmo, não pode oferecer”. Francisco aproveitou a ocasião e pediu aos empresários um esforço conjunto para perseguir um desenvolvimento sustentável e integral. “Isto tornará possível melhorar as precárias condições de vida de milhões de pessoas e colmar o fosso social que dá origem a inúmeras injustiças”, conclui o Papa

*Texto original publicado por Rádio Vaticano.

Tags:

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