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Após mortes na fronteira da Áustria, chefe da ONU cobra canais legais e seguros para migração

Ban Ki-moon instou a comunidade internacional a encontrar respostas abrangentes, incluindo o combate ao tráfico de pessoas e a resolução dos conflitos vigentes

por ONU Brasil   publicado às 08:24 de 01/09/2015, modificado às 08:25 de 01/09/2015

Após a descoberta de mais de 70 cadáveres abandonados perto da fronteira entre a Áustria e a Hungria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu, na última sexta-feira (28), que o mundo encontre em conjunto respostas abrangentes para a questão da migração, incluindo o combate ao tráfico de pessoas e a resolução dos conflitos vigentes.

Arame farpado rodeia o centro Debrecen para os requerentes de asilo no leste da Hungria. Partes do centro estão “abertas“, mas a instalação também contém uma unidade para a detenção de requerentes de asilo considerados em risco de fuga. Foto: IRIN

“Estou horrorizado e com o coração partido com as últimas perdas de vidas de refugiados e migrantes no Mediterrâneo e na Europa”, declarou o chefe da ONU. “Os últimos dias trouxeram ainda mais notícias de centenas de refugiados e migrantes afogados em viagens perigosas pelo mar”, continuou, observando que, apesar dos esforços concertados e louváveis das operações de busca e resgate de países europeus, o Mediterrâneo continua representando uma armadilha mortal para aqueles que tentam chegar à Europa.

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) declarou que a “tragédia mostra que os traficantes de pessoas não têm nenhuma consideração pela vida humana e buscam apenas o lucro. Eles exploram  o desespero das pessoas que buscam proteção e uma nova vida na Europa.” A agência solicitou a todos os governos envolvidos nesta questão que expandam sua resposta, incluindo a criação de canais legais e seguros para a migração e uma maior cooperação entre as forças de segurança e inteligência europeias para reprimir o tráfico humano.

De acordo com as últimas estatísticas, mais de 140 mil pessoas buscaram asilo na Hungria neste ano, frente a 42 mil no ano passado. Todos os dias a polícia húngara intercepta mais de 2 mil pessoas cruzando a fronteira vindas da Sérvia. Na quarta-feira da semana passada (26), a polícia relatou 3.241 recém-chegados, incluindo 700 crianças – o maior número em um único dia. Com uma capacidade máxima de 5 mil pessoas, os centros de recepção da Hungria estão lotados. A polícia húngara não possui suficientes trabalhadores sociais ou intérpretes de árabe, Dari, Pastum ou Urdu, o que dificulta a comunicação.

Tags:

Europa, morte, riscos, tráfico, migração, Mediterrâneo

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