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Nações Unidas alertam para aumento de violência sectária no Iraque

Membros de diferentes etnias são alvos sistemáticos e intencionais do Estado Islâmico, no que aparenta ser uma política deliberada para suprimir ou expulsar essas comunidades

por ONU Brasil   publicado às 07:55 de 24/02/2015, modificado às 08:06 de 24/02/2015

A ONU lançou, na última segunda-feira (23), relatório de direitos humanos mostrando um aumento da violência sectária no Iraque, bem como a deterioração do Estado de Direito em várias partes do país. O documento, produzido conjuntamente pela Missão de Assistência da ONU para o Iraque (UNAMI) e o Escritório o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), cobre o período de 11 de setembro a 10 de dezembro de 2014.

Crianças Yazidi em um campo de refugiados em Erbil, no Iraque. Foto: Robert Jaeger/EPA

Membros de diferentes etnias são alvos sistemáticos e intencionais do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), no que aparenta ser uma política deliberada para destruir, suprimir ou expulsar essas comunidades das áreas sob o controle do grupo.

“O ataque a civis, baseado em sua religião ou etnia, é absolutamente desprezível e não podemos economizar esforços para garantir a responsabilização desses crimes”, disse o chefe do ACNUDH, Zeid Ra’ad Al Hussein, solicitando ao Iraque que assine o Estatuto de Roma e passe, dessa forma, a aceitar o exercício da jurisdição do Tribunal Penal Internacional.

O relatório afirma que muitos dos abusos cometidos pelo ISIL no país podem ser considerados crimes de guerra, contra a humanidade e, possivelmente, genocídio. Violações envolvendo forças do governo também foram citadas. “Grupos armados que clamam estar afiliados ou apoiando o governo também perpetraram assassinatos orientados, incluindo combatentes capturados do ISIL e grupos armados associados, sequestros de civis e outros abusos”.

Ao menos 11.602 pessoas foram mortas e 21.766 feridas entre o começo de janeiro e 10 de dezembro de 2014. O relatório destaca, no entanto, que o número de mortes em decorrência de  efeitos secundários da violência, como falta de acesso a alimentos, água e assistência médica, pode ser ainda muito maior.

Tags:

onu, violência, Direitos Humanos, Iraque, estado islâmico, genocídio, etnias, crimes de guerra, perseguição, sectário

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