EM 14 de dezembro passado, aos 83 anos, Alvanir Sachet nos deixou, vítima de um tumor. Ele foi, durante décadas, um dos mais entusiastas colaboradores de Cidade Nova, chegando a ser responsável pela realização de quase 200 assinaturas da revista. Mais do que um talentoso “vendedor”, Sachet (como era mais conhecido) era convicto da causa que move Cidade Nova: a construção da unidade e da fraternidade universal.
“Ele tinha realmente convicção da importância do conteúdo da revista no papel da transformação pessoal e comunitária com base na vivência da arte de amar que brota do Evangelho”, afirma Lúcia Sachet, a segunda esposa de Alvanir.
Do seu primeiro casamento, com Diana Beatriz Benetti Sachet, falecida em 2001, ele teve três filhos: Cláudio, Daniel e Cristina. Viúvo, Alvanir conheceu Lúcia em 2002. Ambos membros dos Focolares, tiveram o seu primeiro contato na Mariápolis Santa Maria, centro do Movimento em Igarassu (PE), onde Sachet passou um breve período de descanso após o falecimento de Diana. O namoro, que começou com muitas horas de conversa por telefone, culminou com o casamento em março de 2003 e a mudança do gaúcho de Caxias do Sul para Recife, onde Lúcia morava. Ali, Sachet continuou seu incansável trabalho de difusão da revista enquanto a sua condição de saúde lhe permitiu.
“Nesses 22 anos de convivência, presenciei a realização de muitas assinaturas em vários lugares e situações: em praças, nas ruas, restaurantes, dentro do mar, em consultórios médicos”, testemunha Lúcia. “Para Alvi,” – como ela o chamava – “não existiam fronteiras para divulgar Cidade Nova”.
Ela conta que ficava encantada com a forma alegre, contagiante, amorosa, sábia e respeitosa com que Sachet se aproximava das pessoas para oferecer uma assinatura da revista.
Segundo Lúcia, esses momentos eram, acima de tudo, de encontro carinhoso com as pessoas e de testemunho do Carisma da Unidade. “Muitas vezes, ele sofria com as limitações físicas, dores articulares, mas, nesses momentos, Alvi abraçava a cruz e acontecia a alquimia divina”, completa. Além disso, ela faz questão de dizer: para Alvanir, todas as pessoas, sem distinção, mereciam esse mesmo carinho, o mesmo respeito e, por isso, deveriam ser tratadas com a mesma dignidade. “Presenciei muitas e muitas vezes esse comportamento dele”, diz ela.
Nesse sentido, Lúcia Sachet afirma também que, para o esposo, todas as pessoas eram candidatas a fazer uma assinatura de Cidade Nova. “Ninguém podia ficar de fora e, por isso, ele costumava fazer muitas doações de assinaturas para pessoas e instituições, como também conseguia patrocínios para cobrir os custos disso”, diz ela.
“Logo que conheci o Sr. Alvanir, me encantei pelo seu jeito amável de ser”, conta a fisioterapeuta Froila Cerqueira. “Por meio dele, conheci Cidade Nova. A revista é um verdadeiro tesouro para a família! A qualidade do conteúdo é excelente, com artigos escritos de forma clara e acessível a todos. É um recurso valioso que nos ajuda a aplicar os valores cristãos em nossa vida diária”, diz Froila, que atendeu o nosso protagonista por alguns meses.
“Graças à sua dedicação na divulgação da revista, Sachet nos convenceu a colocá-la em escolas da nossa cidade”, lembra Pepe Vargas, ex-prefeito de Caxias do Sul. Juntamente com a esposa, Ana Maria Corso, ele escreveu para a nossa redação: “Sachet era uma pessoa especial, calma, dotada de profunda sensibilidade social, alegre e sempre otimista na pregação por um mundo mais fraterno e solidário. [...] Marcou a vida de todos que tivemos o privilégio de conviver com ele”.
O químico Admilson Borges da Costa e Silva faz questão de salientar o especial talento de Sachet para esse trabalho de difusão de Cidade Nova: “Graças à diplomacia, argumentação e grande força de persuasão de Sachet, voltei a ser assinante da revista”. Admilson conta que, assim que começava o período de ação de assinaturas, de imediato Alvanir o procurava. “Tive a honra de desfrutar da sua amizade, e por essa razão renovarei a assinatura sem interrupção.”
Esses são apenas alguns depoimentos de quem reconhecia que o testemunho de vida de Sachet correspondia claramente à causa de Cidade Nova e do Carisma da Unidade. Com efeito, para Lúcia, as assinaturas eram feitas como fruto de relacionamentos construídos pelo seu esposo durante anos com os assinantes pelos quais era responsável. “Enquanto estava fisicamente entre nós, Sachet se dedicava de coração a esse divino chamado feito a ele e, com certeza, é hoje um grande intercessor desse instrumento da divulgação do Reino de Deus”, conclui Lúcia.