Em discurso na Cúpula Internacional sobre a Violência e o Extremismo, que se encerra hoje (19), em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manteve o tom de separar as ações dos grupos extremistas, como o Estado Islâmico (EI), do islamismo em geral. “Não estamos em guerra contra o Islamismo, mas contra aqueles que pervertem o Islamismo”, disse.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Foto: State Department/Public Domain (06/08/2014)
Ontem (18), durante a sua participação no evento, que reúne representantes de 60 países, dentre os quais 14 são nações árabes, Obama voltou a combater a ideia de que a fé muçulmana, por si só é extremista. “Os terroristas não falam por um bilhão de muçulmanos”.
Segundo ele, o próprio EI se beneficia do pensamento de que os muçulmanos são radicais. “Eles [EI] tentam retratar-se como líderes religiosos, guerreiros e santos em defesa do Islã”, disse. E acrescentou: “Essa é uma premissa mentirosa e não devemos conceder a esses terroristas uma legitimidade religiosa”.
Obama pediu ainda a união de países ocidentais e líderes muçulmanos para derrotar o extremismo. Uma das preocupações entre os países ocidentais e árabes, que condenam a ação do EI, é que os jovens estrangeiros recrutados regressem aos países de origem e cometam atentados terroristas.
Em janeiro, por exemplo, o Serviço Europeu de Polícia (Europol) informou que o número de cidadãos europeus nas fileiras jihadistas, em países como a Síria, podia chegar a 5 mil.
Obama falou para estudantes e convidados de diversas regiões dos Estados Unidos e para alguns líderes de várias nações. Hoje ocorrerá a reunião com os representantes dos países e também com o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon.