O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) lançou na última semana um programa esportivo com o objetivo de prevenir a criminalidade entre jovens. O projeto-piloto está sendo realizado no Brasil — nas cidades de Brasília e Rio de Janeiro —, antes de ser expandido para outros países da América Latina, África Austral e Ásia Central.
A iniciativa do UNODC no Distrito Federal faz parte do Programa Global de Implementação da Declaração de Doha. Foto: Ascom SSP-DF/Mariana Costa
O programa “Vamos Nessa” foca nos esportes como forma de construir resiliência entre jovens, ampliando suas habilidades para a vida e aumentando sua consciência sobre as consequências da criminalidade e do abuso de drogas. O objetivo é influenciar positivamente as atitudes e prevenir comportamentos antissociais e de risco.
Os esportes têm um importante potencial de melhorar a qualidade de vida das pessoas: além da atividade física, ajuda a desenvolver habilidades de integração social e pode oferecer, principalmente aos mais jovens, um sentimento de pertencimento, lealdade e apoio.
Um dos componentes-chave do projeto é o desenvolvimento de habilidades para a vida. Para isso, o UNODC desenvolveu um manual para auxiliar treinadores, assistentes sociais e outros profissionais que trabalham com jovens de 13 a 17 anos.
Formado por dez aulas, o programa foi desenhado para ter como alvo uma determinada quantidade de habilidades para a vida que podem ser ensinadas em centros esportivos e em escolas, assim como em outros locais de convívio comunitário.
“Fornecer habilidades para a vida — uma série de habilidades pessoais e sociais que permitem à juventude lidar efetivamente com as demandas da vida cotidiana — melhora sua capacidade de interagir com os outros, desenvolver relacionamentos positivos e lidar com o estresse e a insegurança. Isso os ajudará a minimizar fatores de risco e maximizar fatores protetivos em relação a comportamento antissocial, crime, violência e abuso de drogas”, afirmou o principal treinador da iniciativa, Peer van der Kreeft.
A aula da última semana reuniu mais de 25 treinadores e professores de educação física que regularmente trabalham com esportes em comunidades vulneráveis. Foram selecionados treinadores que tinham respeito e confiança da juventude local e com os quais os jovens podem falar de assuntos que não necessariamente se relacionam com esportes e que têm a ver com sua vida cotidiana.