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Biblioteca da Rocinha comemora quatro anos de parceria com a comunidade

Inspirada no modelo de Medellín e Bogotá, na Colômbia, a iniciativa tem como objetivo levar cultura a áreas de risco

por Alana Gandra - Agência Brasil   publicado às 11:33 de 06/06/2016, modificado às 11:33 de 06/06/2016

Inspirada no modelo de Medellín e Bogotá, na Colômbia, cujo objetivo é levar cultura a áreas de risco, a Biblioteca-Parque da Rocinha completa quatro anos de atividades, em parceria com a comunidade, considerada uma das maiores favelas da América Latina. Para marcar a data, a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro realizou, no último sábado (4), uma programação especial, com aulas de danças variadas, ioga, capoeira, maratona de contação de histórias e uma apresentação teatral.

Inspirada no modelo de Medellín e Bogotá, na Colômbia, cujo objetivo é levar cultura a áreas de risco, a Biblioteca-Parque da Rocinha completa quatro anos de atividades. Foto: Caru Ribeiro/Biblioteca-Parque da Rocinha

Para a superintendente da Área de Leitura e do Conhecimento da secretaria, Vera Schroeder, “é uma alegria imensa comemorar esses quatro anos, porque a Biblioteca-Parque da Rocinha tem uma relação com a comunidade bastante forte. A gente até brinca dizendo que a biblioteca ficou pequena, porque a quantidade de pessoas e, principalmente de jovens e crianças, é bem grande”.

Vera disse à Agência Brasil que as crianças e adolescentes representam a faixa etária com a qual  a biblioteca mais trabalha, equivalendo a 70% do público. Avaliou que o programa de bibliotecas-parque do governo fluminense, como um todo, é exitoso. A unidade da Rocinha foi inaugurada em 2012. “Passou tão rápido. Agora, já com quatro anos, consolida um trabalho não só de leitura, mas trazendo as artes, os laboratórios que a gente realiza lá, como uma ferramenta bacana de estímulo ao conhecimento”.

Vera Schroeder confirmou que a grande referência para o programa no Rio de Janeiro foi o modelo colombiano de bibliotecas-parque, adotado hoje em todo o mundo, além da experiência de bibliotecas do Chile e a Rede de Bibliotecas Públicas de Informação (BPI), da França. Com esta última, o programa fluminense tem um termo de cooperação técnica.

A Biblioteca-Parque da Rocinha é conhecida também pelos moradores como C4, que significa Centro de Convivência, Comunicação e Cultura. “Era uma demanda da própria comunidade a criação de um centro de convivência, que houvesse um grande espaço onde grupos de teatro pudessem ensaiar, grupos de dança, uma biblioteca. Já havia uma demanda da própria população, e a gente manteve o C4 no nome da Biblioteca-Parque da Rocinha para trazer essa história, que é bastante importante”, afirmou.

A Biblioteca-Parque da Rocinha recebeu nesses quatro anos 145.680 visitantes, emprestou 14.822 livros e emitiu 4.988 carteirinhas para sócios, atendendo a todas as faixas etárias. A gratuidade, “que todas as bibliotecas merecem ter”, explica em grande parte a demanda, disse a superintendente. “As bibliotecas são gratuitas, você pode facilmente fazer sua carteirinha, basta ter uma identidade e um comprovante de residência e passa a ter acesso a empréstimos de livros e tudo o mais”. Se a pessoa quiser passar o dia inteiro na biblioteca, sem pegar nenhum livro, não precisa de documento algum, informou Vera.

Ela enfatizou que as bibliotecas-parque se consolidam também como um grande espaço democrático, com acesso para todos os públicos. A rede de bibliotecas-parque do estado do Rio de Janeiro engloba ainda as unidades de Manguinhos, na zona norte, primeira a ser inaugurada; a de Niterói, na região metropolitana; e a estadual, no centro do Rio.

Aurélio Mesquita, da Companhia de Teatro Roça Caçacultura, ressaltou que a Biblioteca-Parque da Rocinha é o único equipamento público de cultura da comunidade. O importante, disse, não é a biblioteca estar cheia todo o tempo, “e sim que esteja sempre de portas abertas”. O espaço tem cinco andares, onde se distribuem DVDteca, teatro, café literário, cozinha-escola, biblioteca infantil e sala multiuso. O acervo totaliza quase 15 mil livros e 915 DVDs.

Angell Araujo, da Companhia Semearte, disse que o aniversário da biblioteca comemora também a transformação da comunidade por meio da cultura. Essa é a mensagem que ele ouve dos jovens que frequentam a C4, um lugar que segundo ele, “muda vidas”.

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