Crianças e jovens que praticam atividades esportivas e de lazer na Vila Olímpica Artur da Távola, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, receberam na última quarta-feira (16) a visita da ginasta campeã mundial Daiane dos Santos e do nadador campeão paralímpico Clodoaldo Silva. Os dois atletas participaram de uma conversa sobre educação ambiental e de atividades relacionadas à conservação de energia, à prevenção de queimadas e ao uso consciente da água.
Os medalhistas paralímpico, Clodoaldo Silva, e olímpíco, Daiane dos Santos, visitam crianças da Vila Olímpica Artur da Távola, em Vila Isabel, na zona norte do RioFernando. Foto: Frazão/Agência Brasil
O encontro é resultado de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e o projeto Furnas Educa, que pretende atender até o fim do ano 200 mil crianças e jovens em todo o país. Um dos educadores do projeto, Emílio Rodrigues Moreira Neto, disse que o trabalho é feito desde 2013 em escolas e, este ano, começou nas vilas olímpicas.
“A ideia é levar conceitos de conservação de energia, o uso racional, como ela é gerada, os tipos de geração de energia. A gente passou vídeos sobre usinas hidrelétricas, como elas geram energia, queimadas, que podem provocar interrupção de transmissão de energia. Às vezes a pessoa não sabe que está tendo queimada em outra região e interrompe o fornecimento na sua cidade”.
Para o subsecretário de Esportes e Lazer, Flávio Caland, a presença dos atletas na vila olímpica reforça a mensagem transmitida. “As crianças vêm para cá aprender esporte, mas o esporte gera educação, e elas conseguem levar para dentro da casa delas o que aprenderam aqui hoje: economia da água, economia de energia, o lixo no lugar certo, acho que isso é bem produtivo e educador para as crianças”, disse.
Segundo Daiane dos Santos, madrinha do projeto, o contato das crianças que estão iniciando nos esportes com seus ídolos incentiva os mais jovens a buscarem seus sonhos. “A criança vai poder ver o ídolo de perto, tocar numa medalha olímpica ou paralímpica, ver as pessoas que passam na TV e já alcançaram objetivos muito grandes no seu esporte. Então, isso é um incentivo muito grande para eles continuarem treinando e para os pais também, né, porque se para a gente deu certo, para eles também pode dar, com certeza”.
Para Clodoaldo Silva, a mensagem de superação e otimismo que passa para as crianças faz com que elas mudem o olhar sobre a pessoa com deficiência. “O que eu fico mais feliz é com essa interação, esse olhar deles de não olhar o Clodoaldo 'ah, numa cadeira de rodas, coitadinho', pelo contrário, eles olham o Clodoaldo e se inspiram na minha história. Eles pegam o meu exemplo de vida e falam 'quando eu crescer, quando eu começar a nadar, quando eu começar em qualquer outro esporte, eu quero ser o Clodoaldo Silva', independentemente se tem uma deficiência ou não”.
Alícia de Oliveira do Nascimento, de 8 anos, faz natação, badminton e judô na Vila Olímpica Artur da Távola. Ela gosta mais de natação e já tinha visto Clodoaldo pela televisão. Ao vivo, sentada bem pertinho do ídolo, prestou muita atenção na conversa. “Aprendi que o esporte ajuda as pessoas a superar todas as dificuldades que elas têm”, disse.
Sobre a importância de ter consciência ambiental e economizar energia elétrica, Alícia aprendeu o que Daiane falou sobre a geladeira. “É, pensa [no que vai precisar], abre, pega e fecha”.
Atualmente o Rio de Janeiro tem 21 Vilas Olímpicas. Elas atendem cerca de 35 mil crianças, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência para a prática esportiva e de lazer. Pelo menos dez delas devem receber o projeto Furnas Educa este ano.