A comunidade internacional deve agir com rapidez e de forma concreta para enfrentar as causas profundas do extremismo violento, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na última terça-feira (30), sublinhando a necessidade de combater o terrorismo através de esforços mais abrangentes e holísticos. Em sua mensagem para o evento organizado pelo Comitê Antiterrorismo, Ban afirmou que “não há mais tempo a perder. Temos que agir concertadamente e com determinação”.
Durante o encontro, Marrocos apresentou o seu modelo de dissuasão do extremismo e prevenção de incentivos de atos terroristas no país baseado na moderação no ensinamento religioso. Foto: Dominik Golenia/Flickr
Para ele, essas ações devem ser multifacetadas: respondendo aos desafios de segurança imediatos, o contexto político e as questões e injustiças subjacentes históricas. O chefe da ONU adicionou que uma ênfase especial deve ser dada ao papel da educação, como forma de construir tolerância global e em comunidades locais, bem como no fortalecimento da participação social.
Marrocos, modelo de tolerância
O secretário-geral frisou que os Estados-membros devem evitar responder ao terrorismo de uma maneira que “agrave o problema” ,por não calcular de forma suficiente as ações e, consequentemente, provocar que comunidades inteiras acabem vitimizadas por abusos de direitos humanos cometidos em nome da luta antiterrorista.
O encontro do Comitê Antiterrorismo foi convocado na sede da ONU em Nova York para que Marrocos explicasse o seu modelo de dissuasão do extremismo e de prevenção de incentivos de atos terroristas no país. A metodologia baseada no contexto do Islã, vem sendo compartilhada com outras nações da África Ocidental para evitar que os grupos terroristas explorem as fraturas sociais.
O governo do Marrocos incentiva que os ensinamentos religiosos no país se enquadrem dentro de uma moderação ética e incluem ações para orientar aqueles com discursos radicais. “Ressaltando que as medidas preventivas são mais importantes que as coercivas”, o diretor executivo do Comitê, Jean-Paul Laborde, afirmou que o exemplo marroquino deve ser imitado.
“Os marroquinos ensinam a moderação aos seus líderes religiosos, o autêntico Islã”, disse Laborde. “É muito importante mostrar ao mundo essa boa prática e disseminá-la globalmente”.