O ex-presidente israelense Shimon Peres propôs hoje (4) ao papa Francisco a criação de uma "Organização das Religiões Unidas, a ONU das religiões", presidida pelo pontífice. A proposta foi feita durante um encontro reservado na Casa de Santa Marta, residência do papa, segundo a revista Famiglia Cristiana.
Em junho deste ano, o papa Francisco já havia recebido Shimon Peres no Vaticano. Ao lado de Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Nacional Palestina, eles fizeram uma sessão de orações pela paz. No encontro desta quinta (04/09), Peres propôs a criação de uma Organização das Religiões Unidas. Foto: President of the State of Israel (08/06/2014)
Em entrevista exclusiva a Fulvio Scaglione, repórter do periódico italiano, Peres afirmou que esta “seria a melhor maneira de combater esses terroristas que matam em nome da fé, porque a maioria das pessoas não são como eles, praticam a sua religião sem matar ninguém, sem sequer pensar nisso”.
Para o líder israelense, “é necessária uma autoridade moral indiscutível que diz em voz alta: não, Deus não quer e não vai permitir isso. É absolutamente necessário lutar contra essa instrumentalização do nome de Deus”. Por isso, ele defendeu a redação de uma Carta das Religiões Unidas que estabeleça que “assassinatos em massa, como vemos feito nas últimas semanas, não tem nada a ver com religião”.
Nobel da Paz em 1994 – junto com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat – Peres também disse à Famiglia Cristiana que a ONU é um organismo político que não tem nem os exércitos possuídos pelas nações nem a convicção produzida pelas religiões. Qualquer declaração do seu secretário-geral “não tem a força, nem a eficácia de qualquer homilia do papa, que reúne meio milhão de pessoas na Praça de São Pedro”.
À luz da recente experiência de oração pela paz promovida pelo papa Francisco no Vaticano, da qual também participou Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina, Peres afirmou que o pontífice seria o líder ideal para uma possível Organização das Religiões Unidas, por ser respeitado pelas diversas religiões.
*Com informações de Famiglia Cristiana e Agência Lusa