A região da América Latina e Caribe deu um grande passo para a erradicação completa da fome ao reduzir tanto sua porcentagem como o número total de pessoas subalimentadas a menos da metade, assinala o relatório "O Estado da Insegurança Alimentar na América Latina e o Caribe", publicado na semana passada pela FAO.
Foto: Maurilio Cheli/SMCS (Curitiba, 27/05/14)
De acordo com o relatório, em 1990-92, a América Latina e o Caribe começaram o desafio dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) com 14,7% de sua população afetada pela fome. Em 2014-16, essa prevalência caiu para 5,5%, fazendo com que a região cumprisse a meta da fome dos ODM.
A região cumpriu também a meta da Cúpula Mundial da Alimentação (CMA), ao reduzir o número total de pessoas subalimentadas a 34,3 milhões.
“A história de sucesso da região é baseada pela situação macroeconômica positiva durante as duas últimas décadas e ao sólido e contínuo compromisso político dos países da América Latina e Caribe com a erradicação da fome”, explicou Raúl Benítez, representante regional da FAO.
O relatório da FAO informa que os avanços regionais se devem principalmente ao êxito que tem tido os países do Cone Sul, porém, o compromisso com a fome por ser visto por toda a região: no total, 17 países alcançaram a meta da fome dos ODM (mais que qualquer outra região do planeta) e 11 alcançaram a meta da CMA.
Próximo passo: Erradicação
De acordo com a publicação da FAO, a região foi a pioneira em propor não somente a diminuição mas também a erradicação total da fome por meio da Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome, que foi referendada por todos os países da região a partir de 2005.
O ponto mais alto desse processo de compromisso político durante as últimas décadas foi a adoção por parte da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) – principal órgão de integração regional – do Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome, em janeiro de 2015.
O plano visa potencializar todas as ações regionais e estabeleceu o ano de 2025 como o limite para acabar com a fome. “O Plano CELAC representa um compromisso único de seu tipo e pode ser um dos fatores que determinam que a atual geração seja a última a conviver com a fome”, disse Benitez.