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Novo relatório do Banco Mundial analisa a pobreza crônica na América Latina

O documento mostra quem são e onde estão localizadas as pessoas mais pobres da região e aponta a necessidade de mudar a concepção das políticas públicas

por ONU Brasil   publicado às 07:00 de 11/03/2015

Um em cada cinco latino-americanos, ou cerca de 130 milhões de pessoas, não conheceram nada mais do que a pobreza, tendo sobrevivido com menos de quatro dólares por dia durante toda a sua vida. Estes são os indivíduos cronicamente pobres da América Latina, que permaneceram assim apesar das iniciativas sem precedentes de combate à pobreza na região desde a virada do século 20.

Mulheres fazem biscoitos usando barro e água no Haiti. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A situação dessas pessoas está se tornando mais precária à medida que diminui o avanço econômico que contribuiu de modo significativo para a redução da pobreza. O crescimento do PIB regional sofreu uma desaceleração de cerca de 6% em 2010 para aproximadamente 0,8% em 2014. Essa contração irá provavelmente suprimir uma das mais importantes causas da forte redução da pobreza: um mercado de trabalho de melhor qualidade.

Intitulado "Deixados para trás: a pobreza crônica na América Latina e no Caribe", o novo relatório do Banco Mundial faz uma análise detalhada dos cronicamente pobres na América Latina, no sentido de explicitar quem são e onde estão localizados e como as políticas e o modo de pensar precisarão mudar para que possam ser assistidos de forma mais eficaz.

“A pobreza existe e é persistente devido a restrições no âmbito familiar e fora dele, que abrangem tudo, desde a falta de qualificação e motivação profissional adequada, até a ausência de serviços básicos, como água potável”, afirmou o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Jorge Familiar. “Melhor dizendo, ajudar os indivíduos é necessário, mas não é suficiente. Um contexto propício que ofereça os serviços apropriados também é essencial. Portanto, as políticas sociais e o desenvolvimento regional precisam ser complementares.”

Mas quem são os pobres crônicos? Responder a essa pergunta tem sido sempre difícil devido à falta de rastreamento de dados sobre os pobres ao longo do tempo. Contudo, o relatório do Banco Mundial aplica uma nova metodologia para esclarecer quais são as pessoas que permaneceram pobres na América Latina.

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