A Comissão de Inquérito na Síria, presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, divulgou nesta sexta-feira (14) um novo relatório sobre a situação no país árabe, intitulado "Domínio do Terror: vivendo na Síria sob o ISIS".
Usando como base 300 entrevistas de vítimas e testemunhas, o relatório fornece uma visão única da vida dos homens, mulheres e crianças sírias que fugiram ou que vivem em áreas controladas pelo Estado Islâmico (ISIS). O documento usou também publicações, fotografias e imagens em vídeo distribuídas pelo grupo armado.
Casas bombardeadas no norte da Síria. Foto: Network News Edlib ENN
“Aqueles que fugiram relataram – consistentemente – terem sido submetidos a atos que aterrorizam e visam a silenciar a população”, disse Pinheiro.
A Comissão mostra um retrato devastador da vida civil dentro das áreas controladas pelo ISIS no nordeste da Síria. Execuções, amputações e açoites em espaços públicos tornaram-se um fato regular. A exibição de corpos mutilados tem aterrorizado e traumatizado sírios, especialmente as crianças.
O ISIS também está excluindo as mulheres e meninas sírias da vida pública. Mulheres foram mortas, muitas vezes por apedrejamento, por contato não aprovado com o sexo oposto. O ISIS dita o que as mulheres devem vestir, com quem podem se socializar e onde elas podem trabalhar.
A Comissão informa que os abusos, violações e crimes cometidos pelo ISIS contra os sírios foram deliberados e calculados. “Os comandantes do ISIS agiram deliberadamente e cometem estes crimes de guerra e crimes contra a humanidade com a clara intenção de atacar as pessoas”, disse a integrante da Comissão, Carla del Ponte. “Eles são individualmente responsáveis por esses crimes.”
Mais detalhes do relatório e a íntegra do mesmo estão disponíveis no site do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (ACNUDH) ou clicando aqui.