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Cidades brasileiras com melhores índices de saneamento são premiadas

Nelas, o tratamento do esgoto atinge a média de 76,1%, enquanto a média nacional é 39%. No topo do ranking está a cidade de Maringá (PR), com 94% do esgoto tratado

por Fernanda Cruz - Agência Brasil   publicado às 10:32 de 01/10/2015, modificado às 10:33 de 01/10/2015

As cidades brasileiras com melhores indicadores na coleta, no tratamento de esgoto e na redução de perdas no abastecimento foram premiadas ontem (30), durante seminário promovido pelo Instituto Trata Brasil. Os resultados dos municípios basearam-se no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Estação de Tratamento de Esgoto em Campos do Jordão. Foto: Edson Lopes Jr./GOVESP (22/03/2014)

Foram selecionadas 16 cidades consideradas exemplos de sucesso para o restante do país no saneamento. Nelas, o tratamento do esgoto atinge a média de 76,1%, enquanto a média nacional é 39%. No topo do ranking está a cidade de Maringá (PR), com 94% do esgoto tratado.

A coleta de esgoto nas 16 localidades chega a 95,11%, muito superior à média nacional, que é 48,6%. Cidades do interior paulista, como Franca e Limeira, e a capital mineira Belo Horizonte têm 100% do esgoto coletado.

O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Paulo Ferreira, destaca a disparidade entre esses municípios exemplares e aqueles mais isolados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Ele diz que ficou chocado ao perceber que ainda existem cidades brasileiras onde não há um banheiro sequer. “São situações dramáticas que ocorrem no saneamento, que pensávamos que só existiam na África”, acrescentou.

Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édsion Carlos, não é correto justificar a falta de banheiros entre essa população simplesmente por estar afastada dos grandes centros, em regiões do semiárido. “Nós temos que encontrar uma forma de atender a essas pessoas, porque sabemos que isso acarreta muitos problemas de saúde e ao meio ambiente”.

Perdas na distribuição

As perdas nas redes de distribuição de água, em razão de fraudes no sistema, erros de leitura dos hidrômetros e vazamentos, são, em média, 37% no país. O percentual é ainda mais elevado nos estados do Amapá (76%) e Amazonas (72%).

Umas das cidades consideradas modelo na redução de perdas é Campinas, no interior paulista, onde o percentual é 15%. Lina Adani, gerente de Controle de Perdas e Sistemas da Sanasa, empresa municipal responsável pela distribuição de água, explica que a boa gestão levou à eficiência.

De acordo com ela, os investimentos começaram há 21 anos, após um financiamento feito pela Sanasa com o Bando Mundial, em que uma das exigências era justamente reduzir as perdas. “Entre as ações que mais causaram impacto está o trabalho em hidrômetros, que é a caixa registradora”. Os hidrômetros com submedição ou com vida útil ultrapassada geravam prejuízo para a Sanasa.

A cidade passou a instalar hidrômetros em uma caixa lacrada e diminuiu as perdas físicas de água, reduzindo também a pressão na rede, principalmente durante a noite. Lina lembra que havia 1,4 mil quilômetros de rede que se rompiam constantemente por estar com tubulações velhas. Com a diminuição da pressão, inclusive durante o dia, a tubulação passou a romper menos. “Com a queda nas perdas, pudemos investir na troca dessa rede”.

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