De acordo com um novo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), cerca de 58% da população brasileira têm acesso à internet, segundo dados de 2014. Em 2006 esse número não chegava a 30%. Entretanto, a porcentagem é menor que outros vizinhos sul-americanos como Chile, Argentina e Uruguai.
Brasileiro passa mais tempo na internet do que vendo TV. Foto: Freepik
O relatório “La nueva revolución digital: de la Internet del consumo a la Internet de la producción” (A nova revolução digital: da Internet do consumo à Internet da produção) mostra que o Chile é o país com a maior parcela da população com acesso à internet na região da América Latina e Caribe, com mais de 70% de sua população conectada. O Brasil (cerca de 58%) ocupa a quarta posição apenas um pouco à frente da Venezuela (cerca de 57%).
O estudo também mostra o impacto econômico das tecnologias digitais no crescimento do PIB dos países. Entre 2005 e 2010, a internet representou entre 0,5% e 5,4% do PIB nos países em desenvolvimento, e entre 1,7% e 6,3% na maioria das economias avançadas, com o consumo privado representando a parcela mais importante dessa contribuição – que é proporcionalmente maior nas economias emergentes. No Brasil, a contribuição é inferior a 2%, enquanto na Suécia – que lidera o ranking – chega a quase 7%.
O relatório também aponta que, em 2014, 14,9% do acesso à internet na região foi realizado por dispositivos diferentes do computador pessoal. Entre maio de 2013 e maio de 2014, o acesso através do computador caiu de 92,8% para 85,1%, enquanto o acesso através de celulares aumentou de 5,2% para 12%. No mesmo período, na Argentina, Brasil, Chile e México, o acesso à internet através de dispositivos móveis aumentou 100% ou mais.
O Brasil tem a maior proporção de conexões 3G na região, com um total de 133 milhões em 2014 e cobertura de 92% da população. Isso reflete a rápida implantação das redes de tecnologia e um forte impulso na adoção de smartphones, que totalizaram 90 milhões de unidades. O Brasil é o quinto maior mercado de smartphones no mundo e também lidera o número de conexões da tecnologia 4G: 4,6 milhões.
Segundo a CEPAL, o aproveitamento das novas tecnologias implica melhorar sensivelmente as condições de acesso, em particular a velocidade e a latência. A maioria das aplicações avançadas requer larguras de banda entre 38 e 74 Mbps, ainda que alguns usos sejam menos exigentes, como por exemplo os vinculados a tarefas como a preparação para emergências e para a segurança.