Um terço das maiores bacias de águas subterrâneas do mundo estão sendo esgotadas pelo consumo humano. A conclusão está em dois estudos da Universidade da California, divulgados nesta semana no site da Agência Espacial Americana (Nasa).
O Satélite NOAA GOES-Leste capturou esta vista deslumbrante das Américas no Dia da Terra, em 22 de abril de 2014. Foto: Nasa/NOOA
De acordo com os pesquisadores, a população mundial usa as águas subterrâneas de forma indiscriminada, apesar de não haver informações precisas sobre a dinâmica de reposição dessas reservas.
É o primeiro estudo que analisa as perdas dos aquíferos a partir de dados coletados no espaço, pela Nasa. As leituras dos satélites Grace, especializados em analisar a gravidade do planeta, permitiram a interpretação do volume de água e mostraram que 13 dos 37 maiores aquíferos estudados entre 2003 e 2013 estão sendo esvaziados em velocidade superior à da reposição de água nos sistemas.
Dos 13 aquíferos ameaçados, oito foram classificados de “superestressados”, por terem muito pouca ou nenhuma reposição natural, e cinco foram considerados “extremamente” ou “altamente” estressados, o que varia de acordo com o tempo da reposição.
Os aquíferos mais sobrecarregados estão nas regiões mais secas do planeta, onde as populações usam intensamente águas subterrâneas. A equipe de pesquisa descobriu que o Sistema Aquífero Árabe, que atende 60 milhões de pessoas, é o mais superestressado do mundo. O segundo é a Bacia Aquífera Indu, no Noroeste da Índia e no Paquistão, e o terceiro é a Bacia Murzuk-Djado, no Norte da África.