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Governo e novo presidente da Câmara falam em diálogo e na retomada de relações

Encerrada a disputa pela presidência da Câmara, o vencedor, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirma que terá uma relação “institucional” com o Palácio do Planalto

por Mariana Jungmann e Iolando Lourenço - Agência Brasil   publicado às 08:10 de 03/02/2015, modificado às 08:10 de 03/02/2015

Encerrada a disputa pela presidência da Câmara, o vencedor, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ontem (2) que terá uma relação “institucional” com o Palácio do Planalto. Apesar de o governo garantir que não tomou partido na disputa entre Cunha e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o novo presidente admite que podem ficar sequelas na relação entre PMDB e PT. 

Após cumprimentar Eduardo Cunha, na sessão de abertura do ano legislativo, o ministro Aloizio Mercadante disse que o momento exige diálogo sobre uma agenda para o país. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“Se as sequelas existirem, serão partidárias. Não é mais comigo. Agora, minha posição é institucional, não é dessa natureza”, afirmou, lembrando que a presidente Dilma Rousseff telefonou para cumprimentá-lo.

Mesmo garantindo que não é oposicionista e que trabalhará pela independência com harmonia entre os Poderes, Eduardo Cunha disse que “relação não se define com palavras, mas no seu contexto cotidiano”.

O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, também garantiu que não haverá retaliações aos deputados da base que votaram em Cunha. Segundo Vargas, o governo não usou sua estrutura para eleger Arlindo Chinaglia e liberou os ministros para fazerem campanha para os candidatos de seus partidos.

Para o ministro, não há ambiente para retaliações. “A formação de um bloco partidário e de uma candidatura da Câmara vai gerar retaliação? Vocês acham que a gente age assim? Acham crível que o governo faça esse tipo de retaliação? Houve um bloco que se formou e outro bloco que se formou. Houve uma disputa na Câmara. Somente isso”, assegurou o ministro.

Pepe Vargas comparou a disputa entre os candidatos do PT e do PMDB, que são os maiores partidos da base aliada, com um jogo de futebol. “Um jogo de futebol tem carrinho, puxão na camiseta e até canelada. Quando termina, os amigos sentam e tomam uma cervejinha. É isso”, acrescentou.

Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante informou que a eleição para presidência da Câmara ficou no passado e que o momento exige retomada do diálogo sobre a agenda para o país. “Acho que ele [Eduardo Cunha] já disse que quer preservar a independência do Legislativo, mas não será uma presidência de oposição. Tenho certeza disso. Trabalhamos esses quatro anos com o Congresso. Aprovamos os principais projetos de lei de importância para o país e o PMDB foi muito importante, inclusive a liderança dele. Temos certeza que vamos avançar na direção que o país espera”, ressaltou o ministro.

Os ministros e o presidente da Câmara estiveram juntos ontem, durante sessão de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional. Mercadante representou o governo e levou a mensagem da presidenta Dilma Rousseff para os congressistas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowiski, também participou da cerimônia. Ele entregou a mensagem do Poder Judiciário e o Relatório das Atividades do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça em 2014, além das metas para 2015.

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