Em comemoração ao Dia Mundial sem Carro, celebrado hoje (22), o Rio de Janeiro realiza várias ações para conscientizar motoristas. A Secretaria de Estado do Ambiente está distribuindo, próximo à sua sede, no centro do Rio, panfletos e adesivos sobre os benefícios do uso das bicicletas. O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Portinho, acredita que, com ações desse tipo, é possível diminuir a quantidade de carros nas ruas. A data é comemorada desde 1997.
Funcionários da Secretaria Estadual do Ambiente participam da inauguração de um bicicletário, na sede do órgão, e de ato em comemoração ao Dia Mundial sem Carro no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil (22/09/2014)
O Dia Mundial sem Carro não é a defesa do fim do automóvel como meio de transporte, mas do seu uso racional. "Devemos usá-lo quando realmente for necessário. Para pequenas distâncias, por exemplo, defendemos o uso da bicicleta e do transporte público. Opções não faltam. O carioca tem à disposição uma enormidade de alternativas de meios de transporte, como trem, ônibus e metrô”, afirmou Portinho.
Segundo ele, as ações de conscientização têm boa receptividade na população. “O Rio é um lugar com muitos atrativos naturais. O carioca tem uma relação próxima com a própria cidade, por conta dos monumentos e das praias. Utilizar a bicicleta no dia a dia é uma questão de hábito. Podemos incentivar isso e investir mais em ciclovias de serviços, de modo que as pessoas usem a bicicleta não somente nos momentos de lazer, mas também para trabalhar”, disse o secretário.
Estudante de engenharia civil, Felipe Barreto, 24 anos, apoia o uso diário de transporte coletivo, mas acredita que as más condições facilitam a maior quantidade de carros nas ruas. “Não adianta só campanha de conscientização sobre a má utilização do automóvel para o ambiente. É necessário mais investimentos em transporte público. O metrô circula sempre superlotado. Então, mesmo com muito trânsito, quem tem carro prefere a comodidade ao sufoco do dia a dia", criticou Barreto.
Assistente administrativa, Kátia dos Santos, 26 anos, usa a bicicleta par deslocar-se do Estácio, onde mora, até o trabalho, na Lapa. “Querem que a gente ande mais de bicicleta, mas só constroem ciclovias e ciclofaixas na zona sul, para os turistas. Quem anda na zona norte e no centro tem de dividir o espaço com carros e ônibus. Várias vezes quase fui atropelada, porque os motoristas fecham e não respeitam os ciclistas”, comentou.
A assistente de direção Isabel Garçoni, 32 anos, também utiliza bicicleta diariamente. “Na zona sul, onde moro, tem bastante ciclovia, mas algumas são muito ruins, muitas sequer tem ligação entre si, algo tão simples de fazer”, afirmou. Ela acrescentou que, além da infraestrutura, é fundamental investir em conscientização e em educação no trânsito. “Circulam muitas bicicletas aqui no centro do Rio. Como falta ciclovia, muitos fazem o que querem. A maioria anda na contramão e não respeita sinal. O governo dá pouca atenção. A bicicleta também é um veículo e, tanto o ciclista quanto os motoristas e pedestres, precisam entender melhor as regras, para que todos tenham mais segurança”, alertou Isabel.
De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smac), as bicicletas são utilizadas em aproximadamente 1,5 milhão de viagens por dia no Rio de Janeiro. Nesse total, estão incluídos pequenos deslocamentos, prestação de serviços e entregas domiciliares, que representam 5% do volume. A secretaria estima que esse número aumente para 15% até 2019. Conforme a Smac, as ciclovias passaram de 150 quilômetros (km) para 380 km nos últimos quatro anos. Com isso, o Rio de Janeiro transformou-se na capital com a maior malha cicloviária da América Latina.