A entrada de uma nova presidente no Movimento dos Focolares significa a partida de outra. Maria Voce - conhecida como Emmaus - cumpriu o papel de primeira presidente após a morte da fundadora Chiara Lubich, em 14 de março de 2008. Desde o princípio, seu compromisso foi privilegiar os relacionamentos e buscar intensamente a unidade de todas as formas e em todos os cantos, dando continuidade às vias do diálogo abertas por Chiara.
Sua trajetória no Movimento começa em 1959, enquanto cursa o último ano da faculdade de Direito de Roma. Lá conhece um grupo de jovens focolarinos, encantando-se pelo testemunho do evangelho seguido por eles. Com o fim dos estudos, exerce a profissão em Cosenza, Itália - sua cidade natal - tornando-se a primeira mulher a advogar no fórum da cidade, onde realiza estudos de teologia e direito canônico.
Por seu amor crescente às palavras de Chiara e à vivência daquele ideal de Luz, decide dar seu sim ao chamado de Deus e vai para a escola de formação das focolarinas, em Grottaferrata (Roma), deixando de lado uma carreira promissora.
Após dez anos no focolare de Istambul, de 2000 a 2007 esteve diretamente com Chiara para auxiliar na atualização dos Estatutos Gerais do Movimento dos Focolares. Já em 2008, foi eleita presidente, ao lado do copresidente Giancarlo Faletti, e reeleita em 2014, com o copresidente Jesús Morán - reeleito durante a última Assembleia Geral 2021.
A liderança de Maria Voce nos mostra o poder de criar relacionamento e o valor impetuoso do diálogo. Recentemente, afirmou que o Movimento precisa compreender que Deus não é apenas Amor, mas também Trindade: "isso significa que Deus em si mesmo é relação. Portanto, significa que todos aqueles que buscam a Deus devem construir relacionamentos para encontrá-lo."
E complementa: “não acredito que haja alguém que não busque a Deus: poderá estar buscando a verdade, mas Deus também é verdade; estará buscando a beleza, mas Deus também é beleza; estará buscando a bondade no mundo, mas Deus também é bondade; Deus é tudo o que qualquer ser humano possa buscar e pode encontrar se construir relacionamentos. E eu acredito que todos são capazes disso, porque todos são criados à imagem de Deus e, portanto, à imagem de Deus Trindade.”
Junto às alegrias e celebrações, Emmaus também vivenciou desafios e turbulências à frente dos Focolare, mas com seu testemunho mostrou essencialmente que mesmo nesses momentos é possível redescobrir o carisma da Unidade que impulsiona a todos e a todas a ouvir o chamado de Jesus “vem e segue-me”.
Durante sua última entrevista ao Vatican News, Maria Voce compara o Movimento dos Focolares atualmente a uma árvore de outono, que mantém intacta sua raiz muito forte e capaz de manter em si mesma a seiva e o calor para alimentar suas sementes, que agora estão espalhadas pelo mundo inteiro, em todos os continentes.
“E me parece que é uma árvore que está preparando a nova primavera da Obra. Portanto, fidelidade àquela unidade que deve ser total, que deve ser capaz de viver relações como as que se vivem na Trindade, para testemunhar ao mundo que Deus existe, que através da Obra (Focolares), Ele ainda pode espalhar a fraternidade mais amplamente na Igreja e no mundo para contribuir à realização daquela oração de Jesus: ‘Pai, que todos sejam um’ ”, reflete.
Para conhecer de perto os desafios enfrentados por Maria Voce e os detalhes desta caminhada, sempre com lucidez e sem ludibriar as questões mais espinhosas, a Cidade Nova disponibiliza em seu catálogo o livro “Desafios”, uma entrevista feita por Paolo Lòriga e Michele Zanzucchi, diretamente com a ex-presidente.
Na obra, Emmaus avalia as mudanças na Igreja Católica, o diálogo ecumênico, com as outras religiões e com as pessoas sem referenciais religiosos; analisa as questões postas pela globalização e diferenças culturais; e fala também do atual momento dos Focolares e de como ele responde à atualidade.
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