Nascida no Sudão, na África, Bahkita é uma santa de esperança cuja história de dor e sofrimento causados pela escravidão inspira, até hoje, movimentos que lutam contra a intolerância racial e a violência causada aos negros e que clamam, aqui no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países, pela igualdade.
Bahkita, cuja verdadeira identidade foi esquecida em decorrência dos traumas e agressões, é exemplo de força, resistência e oração. A expressão africana adotada por comerciantes de escravos para nomear a negra significa “afortunada”. Conta a história que, segundo os comerciantes, o nome atrairia sorte.
A escrava foi comprada e vendida várias vezes até ser adquirida, aos 21 anos, por um cônsul italiano que a levaria para Veneza, na Itália, entregando-a a um casal de amigos. Já na Europa, Bahkita se tornou babá da filha do casal veneziano e, aos poucos, transformou a sua relação com a mãe e a menina em uma bela amizade. Não muito depois, o casal precisou retornar à África para cuidar dos negócios e optou por deixar a criança e a babá em Veneza, sob a guarda das religiosas da congregação de Santa Madalena de Canossa. Foi nesta congregação que Bahkita conheceu o Evangelho pela primeira vez; recebeu Jesus e se batizou católica, passando a chamar Josefina.
Quando a família voltou à Itália para encontrar a babá e a filha, Bahkita, agora Josefina, pediu para a esposa do casal que a deixasse ficar na congregação e servir aos propósitos de Deus. Ela acreditava que servir seria uma demonstração de reconhecimento das tantas provas de amor recebidas. E assim fez. Em 1869, teve a certeza de seu chamado divino, realizou seus votos na congregação e assumiu a vida religiosa, de fato.
Bahkita se dedicou às atividades da congregação por mais de cinco décadas e teve uma vida marcada por sua humildade e alegria. Ela pregava a importância de ser bom e amar a Deus; de rezar, inclusive, por aqueles que não conhecemos. A religiosa reconhecia a importância da oração, da submissão e do amor ao próximo para a construção de uma vida justa e honesta.
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Josefina Bahkita faleceu aos 78 anos, depois de muito lutar contra uma doença que a forçava a relembrar todos os horrores vividos nos tempos de escravidão e da qual, segundo ela, foi libertada por Nossa Senhora. Após a morte, se tornou famosa por interceder pelas pessoas que oravam em seu nome, buscando graças e milagres. Um exemplo é o da brasileira Eva Tobias da Costa, moradora de Santos (SP) e sua cura milagrosa após clamar por Bahkita, que marcou a Igreja Católica na década de 80.
Santa Josefina Bahkita foi canonizada por João Paulo II em outubro do ano 2.000. Conhecida como Santa Irmã Morena, tão espiritualizada e com tanta força e luz em lutas contra adversidades quase fatais, com uma história que é exemplo para fiéis de qualquer lugar do continente, Bahkita recebeu o carinhoso apelido de “Nossa Irmã Universal”, dado pelo próprio João Paulo II, então Papa.
O dia de Santa Josefina Bahkita é celebrado em 8 de fevereiro.
Ó Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças que mais preciso, especialmente (pedido). Amém.
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