É normal, salutar e desafiador fazermos planos para o futuro. Aliás, técnicas eficientes de planejamento não faltam para ajudar na precisão e na execução destes sonhos. No entanto, é também normal estabelecermos metas ousadas, extremamente idealizadas e, às vezes, muito distantes no tempo.
Para evoluir, crescer, desenvolver, precisamos sair de um ponto A para um ponto B. Como sempre dizemos, quanto mais clareza sobre o ponto B, ou seja, aonde queremos chegar, os objetivos e o propósito disso, mais facilmente o cérebro estabelece a trajetória a ser feita.
Quando o desejo de mudança se torna obsessivo e a pessoa se perde, a ponto de a meta se tornar muito distante ou até desproporcional em relação às condições que temos, o “sonho” se torna perigoso, pois causa frustação e sensação de culpa. Isso vale para qualquer aspecto da vida.
Geralmente, esquecemo-nos de dar atenção ao como fazer e isso leva ao desânimo e à desistência, com facilidade. O mesmo cérebro que gosta de desafios, do prazer em realizar, é feito para consumir o mínimo de energia possível e, antropologicamente falando, resiste à mudança, prefere o que já sabe fazer. É uma armadilha!
Aqui entra o valor e a importância da consistência! Ser consistente é mais que ser persistente. A consistência sabe o porquê e para que, e sabe também que é preciso estabelecer estratégias para conseguir o objetivo.
Hoje, é muito comum a pessoa assistir a alguns documentários e achar que, com isso, já encontrou o caminho para atingir suas metas e seus sonhos. Cuidado! A consistência é uma exigência para todo esse processo.
Primeiramente, verificar sempre se o objetivo a ser perseguido tem realmente um propósito sério e desafiador na vida. Propósito é o que nos lança! Em seguida, é claro, partir para a ação, evitando a idealização. Depois, verificar com sabedoria e humildade as metas e estabelecer metas menores, metas intermediárias. E o mais importante: comemorar cada meta atingida! Vibre com as conquistas atingidas! Mas cuidado para não desanimar diante dos comentários. Nesse sentido, leve em conta as observações de quem realmente é uma referência para você.
Há estudos que comprovam que quem tem mais consistência atinge mais rapidamente seus objetivos e metas, pois leva em conta todas as variáveis, as suporta e tem o olhar mais amplo e mais flexibilidade. Ser consistente é ter os pés no chão e a mente no objetivo a ser alcançado.
Mas atenção! É inevitável a dor inerente a todo e qualquer processo de mudança e de desenvolvimento. Evoluir, crescer dói. Permanecer na mesmice, por outro lado, também dói e nos torna insípidos ou amargos. A vida é uma constante escolha e fomos feitos para melhorar sempre. Não existe mágica, nem zero esforço, mas vale a pena!
Por Darlene Ponciano Bomfim
Profissional de Coaching
Artigo publicado originalmente na revista Cidade Nova em setembro de 2019.