Conheça a história de 6 ganhadores do prêmio Templeton, o Nobel da Espiritualidade

Em março deste ano o cientista brasileiro Marcelo Gleiser foi o primeiro latino-americano a ser premiado com o Templeton, o chamado Nobel da Espiritualidade. Conheça outras personalidades premiadas!

por Web Master   publicado às 00:00 de 13/06/2019, modificado às 08:53 de 14/06/2019

Em março deste ano o cientista brasileiro Marcelo Gleiser foi o primeiro latino-americano a ser premiado com o Templeton, o chamado Nobel da Espiritualidade.

A premiação escolhe personalidades por uma contribuição excepcional para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja por meio de uma introspecção, descoberta ou trabalhos práticos.

De 1973 pra cá, foram 46 os premiados. Escolhemos 5 deles para mostrar para vocês uma breve história de vida, profissional e alguma indicação de conteúdo para complementar o conhecimento sobre essas pessoas, em nossa visão, excepcionais!

Madre Teresa de Calcutá – Premiada em 1973

Madre Teresa nasceu em 1910, na Macedônia, e na verdade se chamava Agnes Gonxha Bojaxhiu. Estudou em escola pública na Croácia e em 1928 entrou para a Casa das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, em Dublin, na Irlanda. Em 1931 fez os votos de pobreza, castidade e obediência e finalmente pode partir para a Índia para realizar o sonho de cuidar dos mais pobres. Já em Calcutá era professora de História e Geografia.

Foi então que em 1946 ouviu um chamado para se dedicar apenas aos mais necessitados, deixando o noviciado e recebeu a aprovação do Papa Pio XII em 1948. Uma nova aventura de descortinou então na vida de Madre Teresa. Abriu uma pequena escola para crianças pobres que em 10 dias já atendia mais de 50 delas. Batia de porta em porta oferecendo às famílias necessitadas donativos, palavras amigas e a disposição para ajudar em qualquer trabalho.

O trabalho cresceu e com ele a congregação das Missionárias da Caridade. Criaram a Casa da Esperança (lar infantil) e o Lar para Moribundos, que auxilia pobres, doentes e famintos.

Recebeu o prêmio Nobel da Paz, o Templeton, dentre dezenas de outras altas honrarias concedidas por diversos países. Morreu em 1997. Em 2003 foi beatificada e em 2016, canonizada.

Saiba mais sobre Madre Teresa. 

 

Chiara Lubich – Premiada em 1977

Nascida em 22 de janeiro de 1920, Chiara na verdade era Silvia. Em meio a Segunda Guerra Mundial, vê sua cidade de Trento ser destruída sob as bombas e entende que há apenas um ideal de vida que não passa: Deus.

Em 7 de dezembro pronuncia o seu “sim” a Deus e em pouco tempo, um vasto grupo começa a seguir o carisma de Chiara, que propunha uma vivencia prática do Evangelho.

Mulher, leiga, ela propôs na Igreja temas e aberturas que mais tarde seriam retomadas pelo Concílio Vaticano II. Quando ninguém falava de aproximação entre civilizações, ela convidou os jovens a se tornar “homens mundo”,  soube indicar o caminho do diálogo rumo à fraternidade universal.

Respeitou a vida e buscou o sentido do sofrimento que descobriu ser a chave para curar feridas, traumas, conflitos. Traçou um novo caminho de santidade, não só individual, mas coletivo, religioso e civil, praticável por qualquer pessoa, não reservada a poucos eleitos.

O Movimento dos Focolares se difundiu em todos os continentes, em quase 200 países e busca levar a Unidade como ideal de vida para seus membros e simpatizantes.

Saiba mais sobre Chiara Lubich 

 

Reverendo Nikkyo Niwano – Premiado em 1979

Nascido em uma família humilde de fazendeiros  em novembro de 1906, em sua juventude mudou-se para Tóquio para trabalhar. Ali começou a estudar diferentes religiões e ao escutar um sermão do Lotus Sutra, tornou-se budista.

Em março de 1938 deu início ao movimento budista Rissho Kosei Kai. O movimento cresceu e se envolveu em diversas iniciativas interreligiosas, além de fundar a Conferência Mundial das Religiões pela Paz, em 1970.

Recebeu o prêmio Templeton em 1979, além de muitos outros prêmios em vida, e em 1991 se aposentou, deixando o cargo de presidente do movimento para seu filho mais velho. Faleceu em 1999.

 

Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama – Premiado em 2012

Nascido como Lhamo Dondrub, em 6 de julho de 1935, no Tibet, é o atual líder espiritual do budismo tibetano, ou seja, o 14º Dalai Lama. É considerado a reencarnação do bodisatva da compaixão. Aos 15 anos assumiu seus deveres políticos como líder do Tibet.

Desde 1959 vive refugiado na Índia. Tenzin Gyatso viajou o mundo inteiro levando uma mensagem de bem-estar, meio ambiente, economia, direito das mulheres, não-violência, diálogo, física, astronomia, entre outros temas. Em 1987, durante uma semana inteira, se reuniu com cinco cientistas ocidentais para debater a proximidade entre o budismo e as ciências cognitivas, promovendo um encontro entre a sua espiritualidade e a ciência.

Recebeu o prêmio Templeton em 2012.

 

Desmond Tutu – Premiado em  2013

Desmond Mpilo Tutu é um arcebispo da Igreja Anglicana, nascido em 7 de outubro de 1931. É reconhecido mundialmente por lutar contra o Apartheid em seu país, a África do Sul, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo de arcebispo na Cidade do Cabo.

Filho de um professor e de uma cozinheira, a partir dos 12 anos viveu em Johanesburgo. Seu sonho era ser médico, mas como seus pais não podiam pagar por seus estudos, seguiu os passos do pai como professor, sendo formado em Teologia.

Já em cargos de liderança na igreja, trabalhou pela igualdade de direitos para todos, pela abolição das leis que limitavam a circulação de negros e pelo fim das deportações forçadas também dos negros. Esteve todo o tempo ao lado de Nelson Mandela, mesmo ocupando posições altas na igreja.

Em 1984 recebeu o Nobel da Paz, dentre muitos outros prêmios e em 2013, o prêmio Templeton.

 

Marcelo Gleiser - Premiado em 2019

O mais recente premiado do Templeton, como dissemos, é o brasileiro Marcelo Gleiser, fomado em física pela PUC-RJ e professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College, nos EUA, desde 1991. É conferencista e autor de best sellers.

Gleiser se reconhece como uma voz que celebra a pluralidade do conhecimento e faz questão de promover um diálogo entre ciência e espiritualidade. Reconhece a si mesmo como agnóstico, mas não descarta a religião ou a crença em Deus como uma das formas de se relacionar e explicar o mundo. “A ciência é a melhor metodologia que existe para descrever a realidade do mundo físico, mas existem outras formas de se relacionar com o mundo que não podem ser desprezadas. Eu sempre convido as pessoas a conversar comigo sobre isso.