Sociedade / Comunicação
  

Jovens europeus dão vida aos sonhos de crianças refugiadas

As 12 crianças apresentadas na série "The Dream Diaries" encontraram um lugar para recomeçar em cidades da Áustria, Bélgica, Alemanha, Holanda e Suíça

por ONU Brasil   publicado às 09:36 de 22/01/2018, modificado às 09:36 de 22/01/2018

Quatro jovens viajaram mais de 7 mil quilômetros pela Europa para encontrar crianças refugiadas e solicitantes de asilo. Durante 16 dias, a fotógrafa do site Humans of Amsterdam, Debra Barraud, e seu colega Benjamin Heertje, acompanhados da designer holandesa Annegien Schilling e do cineasta Kris Pouw, percorreram cinco países para descobrir e documentar os sonhos de meninos e meninas que foram obrigados a fugir da violência na Síria, no Afeganistão, na Somália e em outras nações.

Jovens europeus percorreram mais de 7 mil quilômetros para descobrir os sonhos de crianças e adolescentes refugiados. Foto: ACNUR

As histórias compõem os The Dream Diaries — Diários dos Sonhos, em tradução livre para o português —, um projeto da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

“Criamos uma imagem para simbolizar sua realização”, explica Debra. Por meio da edição de fotografias de cada uma das crianças e adolescentes participantes, os desejos dos refugiados se tornam realidade. As imagens também foram incluídas num vídeo que reúne os depoimentos dos jovens filmados. A série completa de fotografias está sendo divulgada aos poucos no InstagramFacebooksite e outras redes do ACNUR.

Entre os retratos, está a imagem de Ghazel segurando a lua dentro de uma quarto cintilante de estrelas. A menina, de apenas dez anos, deixou a Síria, seu país de origem, e foi morar na Suíça. Seu sonho é voar, tocar as nuvens no céu e chegar até o satélite natural que orbita nosso planeta.

Outro fotografado é o jovem sírio Ayham, de oito anos, que vive com sua família em Viena, na Áustria. Eles deixaram a nação em guerra em outubro de 2015. Seu retrato o mostra como um super-herói, com raios saindo dos dedos.

“Eu quero me tornar um super-herói para não ter mais medo”, disse o garoto à equipe do The Dream Diaries. “Eu acabaria com as brigas na Síria e, então, eu voltaria e daria beijos em tudo, realmente em tudo, até nas bananas e nas melancias.”

Em 2016, mais de 50% das pessoas em situação de refúgio eram crianças. Também neste ano, menores desacompanhados e separados de seus responsáveis — principalmente do Afeganistão e da Síria — representavam cerca de 75 mil pedidos de refúgio em 70 países. Aproximadamente um terço das pessoas que procuraram refúgio na Alemanha em 2015 e em 2016 era de crianças e jovens.

“Em tempos em que vemos pessoas e lugares fechando seus corações e mentes aos refugiados, é uma inspiração ver quatro jovens embarcarem nesta incrível jornada para contar essas histórias de esperança”, elogia Véronique Robert, vice-representante regional do ACNUR para a Europa Ocidental.

“O Dream Diaries exemplifica verdadeiramente como os refugiados são pessoas como você e eu, com esperanças, sonhos e desejos. A única diferença é que eles foram forçados a deixar suas casas, entes queridos e tudo o mais para trás.”

As 12 crianças apresentadas na série The Dream Diaries encontraram um lugar para recomeçar em cidades da Áustria, Bélgica, Alemanha, Holanda e Suíça.

“Em geral, o teor das fotos de pessoas que são refugiadas é muito triste e sem esperança, quase deprimente. Eu pensei que seria interessante criar imagens que dariam esperança às pessoas”, diz Annegien, cuja conta no Instagram Fetching_Tigerss tem quase 1 milhão de seguidores.

O público é incentivado a apoiar o movimento #ComOsRefugiados, assinando a petição global do ACNUR que pede a governantes que concedam aos refugiados segurança, educação e oportunidades.

Você pode acompanhar a série The Dream Diaries por meio das redes sociais do Humans of AmsterdamFetching_Tigerss e do ACNUR.

Tags:

Fraternidade, solidariedade, síria, refugiados, fotografia, acnur

Confira também

RevistaSociedade / Política

Fevereiro / 2017

Luzes no caminho
por DANIEL FASSA
RevistaSociedade / Política

Janeiro / 2017

Em direção às bombas
por GABRIELA PORTILHO
RevistaSociedade / Comunicação

Janeiro / 2016

Vozes que podem fazer a diferença
por VICTOR GOMES