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Fundação portuguesa premia ONGs que trabalham pela cura da cegueira

Existem 39 milhões de pessoas cegas no mundo e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos podem ser prevenidos ou curados

por Marieta Cazarré - Agência Brasil   publicado às 08:00 de 08/09/2017

Duas organizações não governamentais (ONGs) internacionais receberam este ano o Prêmio António Champalimaud de Visão, por sua atuação, durante décadas, na prevenção, tratamento e cura da cegueira em países pobres como o Nepal, Moçambique, Uganda, a Etiópia e Bangladesh.

Fundação portuguesa premia ONGs que trabalham pela cura da cegueira. Foto: Wikimedia

O prêmio de 1 milhão de euros, concedido no fim da tarde de terça-feira (5) em Lisboa, foi dividido entre as organizações não governamentais Sightsavers e Christian Blind Mission (CBM).

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu a cerimônia de entrega do prêmio, que é considerado o maior do mundo na área da visão. A Fundação Champalimaud, que oferece o incentivo, tem como prioridade estimular descobertas que beneficiem as pessoas no dia a dia.

Existem 39 milhões de pessoas cegas no mundo e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos podem ser prevenidos ou curados.

As duas ONGs vencedoras do prêmio trabalham em várias regiões, levando modelos de prevenção, cura e apoio para muitas comunidades e atuando na promoção da qualidade de vida dos deficientes em países pobres. As ONGs atuam ainda para que as pessoas afetadas permanentemente pela doença possam estar inseridas na sociedade e ter oportunidades de educação e emprego, garantindo sua independência social e financeira.

Esta foi a 11ª edição do prêmio, que reconhece, em anos alternados, investigação científica na área da visão e instituições que atuam na prevenção e combate à cegueira, principalmente nos países em desenvolvimento.

O júri foi composto por personalidades internacionais, como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas ONU), o português António Guterres, o Prêmio Nobel de Medicina Susumu Tonegawa, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors e o oftalmologista José Cunha-Vaz.

Brasil

Há mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão, segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Brasil, a Fundação Dorina Nowill para Cegos dedica-se à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da produção e distribuição gratuita de livros em braille, falados e digitais acessíveis. De acordo com relatório da Fundação, apenas no ano passado foram distribuídos mais de 90 mil livros e beneficiadas mais de 3 mil escolas, bibliotecas e organizações de todo o país.

A fundação oferece também, gratuitamente, programas de serviços especializados a pessoas com deficiência visual e suas famílias, nas áreas de saúde, educação especial, reabilitação e trabalho.

De acordo com informações do Portal Brasil, do governo federal, a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo e, a cada minuto, uma criança perde a visão. São 285 milhões de pessoas no mundo vivendo com baixa visão ou cegueira. Desses, 39 milhões são cegas e 246 milhões têm moderada ou grave deficiência visual. Cerca de 40% das causas de cegueira infantil são evitáveis ou tratáveis.

Mundo

Segundo a ONU, aproximadamente 19 milhões de crianças com menos de 15 anos têm problemas visuais. Desse total, 12 milhões sofrem de condições que poderiam ser facilmente diagnosticadas e corrigidas.

A organização afirma que quase 1,5 milhão de menores têm o que é chamado de cegueira irreversível, e nunca mais voltarão a enxergar. Dois terços dessas crianças morrem até dois anos após ter perdido a visão. A desnutrição combinada com doenças infecciosas impede que milhares de bebês recebam vitamina A. A falta do nutriente representa a maior causa de perda irreversível da visão.

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