No primeiro aniversário dos trágicos atentados terroristas em Paris, que deixaram ao menos 129 mortos em novembro de 2015, foi realizado na sede da UNESCO, no último dia 15, o simpósio "Reinventar a paz". Organizado pelo Movimento dos Focolares, em colaboração com a Direção Geral da Unesco e o Observador Permanente da Santa Sé, o evento também marcou o 20° aniversário do Prêmio “Educação para a Paz”, conferido a Chiara Lubich pelo empenho do Movimento fundado por ela em “lançar pontes entre as pessoas e os povos”.
"Reinventar a paz": Unesco e Focolares promovem simpósio um ano após atentados de Paris. Foto: Divulgação
Estiveram presentes representantes do mundo diplomático, especialistas em relações internacionais e processos de paz, membros do Movimento dos Focolares, entre outros participantes. Com discursos, mesas de diálogo e apresentação de boas práticas em favor da paz no mundo inteiro, o simpósio procurou renovar o empenho decidido, criativo e difundido em muitos lugares da terra de percorrer novos caminhos para construir a paz e a fraternidade.
Lugares como Egito, Brasil, Filipinas, Itália, França, África Central. Boas práticas colhidas aqui e ali na grande corrente de comunhão e partilha que Chiara Lubich suscitou com o Movimento dos Focolares nos cinco continentes: ações contra jogos de azar que empobrecem milhões de famílias, criação de centros de desenvolvimento humano nas regiões mais necessitadas do mundo, iniciativas de paz nos países árabes, ações legislativas para o direito à paz nas áreas amazônicas.
Em seu discurso, Jesús Morán, co-presidente do Movimento dos Focolares, apontou alguns locais de conflito em todo o mundo, que parecem fazer a história voltar no tempo. Mas, do seu ponto de vista, há fatos que indicam a humanização gradual das sociedades, cada vez mais sensíveis às perspectivas de cooperação, espiritualidade, reconciliação e solidariedade. "As razões da paz implicam trabalhar sobre as causas da guerra, pela a justiça social, cuidar do bem e da paz de outras pessoas para cuidar da própria felicidade", afirmou Morán.
Maria Voce, que assumiu a presidência do Movimento dos Focolares após a morte de Chiara Lubich, recordou, em sua mensagem, o aniversário dos ataques de 13 de Novembro de 2015, na esperança de que se desenvolvam "as defesas da paz", como propõe a Unesco. Diante de um mundo "fragmentado por conflitos que parecem mais globalizados, com a violência não convencional, difícil de combater com armas tradicionais", ela afirma ser necessário "um esforço coletivo", não apenas político ou diplomático, mas também de pessoas comuns, com gestos concretos de boas-vindas, justiça, perdão e reconciliação.
Cuidando das relações entre pessoas e grupos religiosos, étnicos e sociais - constata Maria Voce - poderemos criar "pontos de paz locais" que contribuam com a paz universal. O reconhecimento mútuo, sem interesses, com projetos ousados é, segundo ela, o caminho para reinventar a paz, pouco a pouco.
Como enfatizou Badarch Dendev, representante da Unesco, existe uma convergência de propósitos entre a instituição das Nações Unidas que trabalham pela cultura e as atividades de organizações como o Movimento dos Focolares (representado na ONU pela ONG New Humanity), que trabalham para a fraternidade universal, o que significa proteção da natureza, cuidado com os migrantes, defesa dos direitos humanos.
Através do Mons. Francesco Follo, representante permanente da Santa Sé na UNESCO, o papa Francisco também se fez presente. Em mensagem lida pelo monsenhor, o pontífice encorajou todos os participantes "a buscar e realizar os meios eficazes para ‘reinventar’ uma paz que seja fruto de um desenvolvimento integral de todos e de uma tomada de consciência efetiva de uma comunidade universal fundada no respeito, na escuta, na atenção às necessidades de cada um, na justiça, no diálogo e na partilha".
*Com informações de Città Nuova, Rádio Vaticano e Movimento dos Focolares.