Com um celular na mão e a vontade de ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor, Gabriel Pettersen pede licença para entrar em um armazém de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Lá encontra Andrezza da Silva, responsável por gerenciar a loja, que pertence à família da comerciante.
Com a ajuda de jovens brasileiros, ONU registra em vídeo histórias de superação. Foto: Fábio Donato/PNUD Brasil
Em alguns minutos de conversa, o estudante grava o depoimento da jovem empreendedora, que conta os desafios que enfrentou ao assumir a responsabilidade de cuidar do comércio em 2014, com apenas 20 anos de idade.
Ao longo dos meses em que está à frente do negócio, com experiência e maturidade, Andrezza foi capaz de mudar rotinas no armazém que beneficiam não só o comércio mas também o meio ambiente e o planeta. Lá, restos de papel viram blocos de rascunho, garrafas pet que antes iam para o lixo são utilizadas para armazenar cloro e desinfetante, e caixas de papelão são doadas. “Me sinto uma batalhadora, a gente tenta correr atrás cada dia”, afirma a comerciante.
Para Gabriel, é a chance de mostrar ao mundo que é possível batalhar e vencer. “Essa imagem precisa ganhar o mundo. O povo brasileiro batalhando, sendo resiliente, passando pelas dificuldades e vencendo. Essa é a imagem que precisa ganhar o mundo”, diz o estudante, que colabora com o projeto desenvolvido pelo Centro RIO+ – vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) –, disposto a reunir vídeos produzidos por um milhão de jovens brasileiros e que farão parte de um documentário.
De acordo com Michelle Elsaesser, gerente do projeto, o objetivo da ONU é capacitar mais de um milhão de jovens no país para gravar iniciativas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A ideia é que os jovens entendam e que também se tornem agentes de transformação para eles mesmo poderem mudar realidades e compartilhar ideias que já estão funcionando bem e que podem inspirar pessoas de outros lugares.”
Graças ao projeto, iniciativas de sucesso como a de Andrezza, desenvolvidas em comunidades de baixa renda, vão virar exemplos para o mundo. O documentário de uma hora e meia, com iniciativas relacionadas à sustentabilidade e aos ODS, será exibido em uma plataforma digital e fará parte de um projeto ainda maior, que incluirá outros países de língua portuguesa. A previsão é que, até o final do ano, o vídeo seja exibido em 1,5 milhão de escolas em 195 países.
Saiba mais sobre o projeto em www.riodialogues.org