Os usuários do metrô do Rio de Janeiro que passaram ontem (22) pela Estação Carioca tiveram a oportunidade de apreciar, em duas apresentações, às 10h e às 17h, o talento dos músicos da Orquestra Jovem do Centro de Ópera Popular de Acari. Formado por crianças e jovens com idade entre 7 e 22 anos, todos moradores de comunidades carentes da zona norte carioca, o grupo tocou um repertório variado, abrangendo desde sucessos da música popular brasileira a clássicos como a Ave Maria, do compositor francês Charles Gounod.
Foto: Dora Pete/Free Images
Iniciativa que recebe o apoio da concessionária MetrôRio, a organização não governamental (ONG) Centro de Ópera Popular de Acari, criada em 2003, tem na orquestra uma de suas atividades de inclusão social e cultural. De acordo com a coordenadora geral do projeto, Avamar Pantoja, o objetivo das apresentações de fim de ano é proporcionar às crianças a experiência com o público.
“Eles se percebem participantes da cultura da cidade, merecedores de estar incluídos, porque, infelizmente, existe uma exclusão enorme na área de cultura e arte”, destacou o ex-aluno do projeto, Sérgio Ricardo Nunes de Santos, que hoje é professor de música e compartilha o aprendizado com os novos estudantes.
“Há um tempo atrás eu estava na posição deles, sem muita perspectiva, mas sonhando com uma oportunidade de viver bem fazendo o que gosto”, disse o professor. Um exemplo desses alunos é Luís Gustavo Pereira, de 18 anos, que toca contrabaixo há um ano na orquestra e quer seguir a carreira de músico. “É uma experiência muito boa, que eu não teria em outro lugar. E me trouxe mais visão musical trabalhar com a orquestra e mais alma artística para desenvolver meu talento. Depois que conheci o projeto, me deu mais vontade de seguir a carreira de músico”, contou o jovem.
Além de formação musical, o Centro Popular de Acari oferece aulas de balé clássico, teatro e desenho artístico para pessoas de 6 a 70 anos que moram em Acari e no Parque Colúmbia, na zona norte. Neste ano, o projeto atendeu em torno de 700 pessoas, mas, segundo a coordenadora Alvamar Pantoja, mais 3 mil estão na lista de espera para participar do projeto.
*Colaborou Joana Moscatelli, repórter do Radiojornalismo