Saúde / Comportamento
  

Movimento luta por melhorias no sistema de saúde mental

Dia Nacional da Luta Antimanicomial 2014 foi celebrada ontem em todo o país. No Distrito Federal, houve atividades como apresentações culturais, sarau, terapia comunitária e reiki

por Andreia Verdélio - Agência Brasil   publicado às 08:45 de 19/05/2014, modificado às 08:45 de 19/05/2014

O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal promoveu ontem (18) um ato contra a internação manicomial no Brasil, em celebração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial 2014. O Movimento Pró-Saúde Mental luta pelo uso de outras formas de tratamento em substituição aos serviços normalmente adotados em hospitais e clínicas psiquiátricas.

© adimas - Fotolia.com

“São os centros de Atenção Psicossocial [Caps], centros de convivência e cultura em saúde mental, ambulatórios de rua, residências terapêuticas, unidades de acolhimento, uma rede inteira de serviços, porque entendemos que um só serviço não é suficiente para atender toda uma dimensão humana”, explicou Thiago Petra, psicólogo e um dos coordenadores do movimento.

A ação faz parte da Semana Nacional da Luta Antimanicomial e, além de apresentações culturais, contou com atividades dirigidas aos usuários da rede de saúde, como sarau de poesia, terapia comunitária e reiki, método natural de cura por meio das mãos. Além dos Caps, também participaram das ações a Defensoria Pública e clínicas do Distrito Federal.

Para Petra, pior que a arquitetura manicomial em si são as práticas adotadas. “Lugares que são até bonitos, têm uma boa equipe, mas supermedicalizam as pessoas, não têm oficinais criativas, o sujeito não tem voz, são práticas que centralizam todo o poder só no psiquiatra etc”, disse o psicólogo, explicando que a Lei 10.216/01 prevê o tratamento em serviços comunitários perto da vizinhança e da família.

Para Elias Lima Batista, usuário dessa rede de saúde mental e integrante do movimento, a participação da família é essencial para o tratamento de pacientes com transtornos mentais.

“Se não incluir a família é como se o tratamento não existisse. Eu fui internado pela minha própria família. Quando saí do hospital, eles já estavam com um olhar diferenciado para mim. No final de tudo, tive que me virar e viver sozinho, porque ficar com um parente que não estava me aceitando não dá certo”, conta Elias.

Segundo o Ministério da Saúde, a Rede de Saúde Mental conta com 2.128 Caps em várias modalidades, que podem realizar 43,1 milhões de atendimentos por ano. A previsão de investimentos no setor para 2014 é R$ 1 bilhão.

Tags:

psicologia, psiquiatria, luta antimanicomial, caps, saúde mental

Confira também

RevistaSaúde / Comportamento

Maio / 2017

Depressão: de mal oculto a mal do século
por GABRIELA PORTILHO
RevistaSaúde / Comportamento

Janeiro / 2017

Pensar positivo é saudável?
por DARLENE PONCIANO BOMFIM
RevistaSaúde / Comportamento

Janeiro / 2016

Como vamos receber o novo ano?
por HELOÍSA ROCHA SILVEIRA