Economia / Sustentabilidade
  

Grandes empresas se aliam em Davos para promover hidrogênio como energia limpa

Treze grandes grupos europeus e asiáticos compartilharão dados e pesquisas para fomentar seu uso em nível global, com vistas a reduzir a emissão de CO2

por Rádio França Internacional   publicado às 09:25 de 19/01/2017, modificado às 09:25 de 19/01/2017

Treze grandes grupos europeus e asiáticos (BMW, Daimler, Honda, Hyundai, Kawasaki, Shell, Air Liquide, Alstom, Engie, AngloAmerican, Linde, Total e Toyota) unirão esforços para promover o hidrogênio como fonte de energia limpa com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. As informações são da Rádio França Internacional.

Rio de Janeiro - Ônibus movido a energia elétrica e hidrogênio que foi usado por atletas nos Jogos Olímpicos de 2016. Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Este "Conselho do Hidrogênio" ('Hydrogen Council'), formado por grupos relacionados ao setor automobilístico e energético, fez a defesa da nova tecnologia na última terça-feira (17) durante a sua primeira reunião em Davos (Suíça), onde é realizado o Fórum Econômico Mundial.

Concretamente, as 13 companhias compartilharão dados e pesquisas para fomentar o uso do hidrogênio em nível global, uma energia que não emite CO2 quando é consumida. "Atores-chave da energia, do transporte e do setor industrial unem suas forças para expressar uma visão comum do papel central que o hidrogênio terá na transição energética", disse o presidente do novo conselho, Benoît Potier, líderl do grupo de gases industriais Air Liquide.

"Até o momento, sem um grande apoio dos poderes públicos, a transição para uma energia sem CO2 é impossível", disse Takeshi Uchiyamada, presidente da montadora japonesa Toyota. Daí terem escolhido Davos para sua primeira reunião, visando chamar a atenção das lideranças mundiais da política e da economia.

O novo conselho afirma que, além de alimentar as células de combustível em veículos automotivos, o hidrogênio também serve para aproveitar a parte de energias renováveis (solar ou eólica) que é produzida, mas se perde porque não pode ser armazenada.

Uso maciço

Patrick Pouyanné, presidente da Total (grupo empresarial do setor petroquímico e energético presente em mais de 130 países), afirmou que "dominamos as tecnologias, mas agora o desafio é desenvolver seu uso de maneira maciça.

"Se conseguirmos fazer os custos do conjunto da cadeia de produção baixarem, amanhã o hidrogênio será uma grande solução para a energia", disse Didier Holleaux, do Engie (segundo maior grupo do mundo no ramo de energia, que atua na geração e distribuição de eletricidade, gás natural e energia renovável).

Bertrand Piccard, o piloto suíço que em julho deu a volta ao mundo com um avião impulsionado por energia solar, o Solar Impulse 2, também é um grande defensor do hidrogênio."Há 20 anos falamos do hidrogênio um pouco como os adolescentes falam do sexo. Todos falam dele, mas ninguém o faz. Hoje podemos fazê-lo", afirmou.

Tags:

energia, fórum econômico mundial, davos, hidrogênio

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