Para aumentar a agilidade na avaliação das candidaturas e aplicação da Lei da Ficha Limpa, os próprios órgãos envolvidos em processos contra possíveis candidatos às prefeituras e câmaras municipais nas eleições deste ano alimentarão o SisConta Eleitoral. O sistema foi desenvolvido pela Procuradoria-Geral da República em 2012 para agilizar o trabalho de análise de registros de candidaturas feito pelos procuradores regionais, no caso de eleições gerais, e promotores eleitorais, nas eleições municipais.
Urna Eletrônica. Foto: Agência Brasil
De acordo com o procurador regional eleitoral no Rio de Janeiro, Sidney Madruga, a inovação deste ano é a inserção de dados de processos judiciais e disciplinares pelos próprios órgãos. Na versão anterior do sistema, as informações eram passadas ao Ministério Público, que as inseria no SisConta. Com isso, os promotores eleitorais terão acesso fácil a dados do Brasil todo.
“Eu peço para que informem se algum membro foi demitido por processo administrativo-disciplinar ou teve contas reprovadas, processo de improbidade administrativa. Se o foi, ele deverá alimentar o sistema, uma coisa muito simples de ser feita, e colocar ali o número do processo, o CPF dele. Com a base de dados, o procurador eleitoral ou promotor vai entrar no sistema, digitar o CPF e vai ver se o candidato é ficha suja. Em sendo ficha suja, o promotor imediatamente já pode impugnar e entrar com uma ação contra aquela candidatura. É uma coisa inédita que está sendo feita”.
Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), em 2014 foram 36 impugnações de candidatura no estado, sendo 13 com base na Lei da Ficha Limpa. Em 2012 foram 64 impugnações com base nessa lei.
No Rio de Janeiro, foram notificadas as 92 câmaras municipais do estado, cinco entidades de classe, a Assembleia Legislativa, os tribunais de contas do Estado, do Município e da União, os tribunais Regional Federal da 2ª Região, Regional Eleitoral, de Justiça, as procuradorias Geral de Justiça, Regional do Trabalho, da Justiça Militar, Geral do Estado, a Controladoria Geral da União e a Secretaria de Estado de Segurança. No total, foram 110 órgão notificados.