Duas potências automotivas asiáticas, a China e o Japão, brigam atualmente pela supremacia dos veículos elétricos e movidos a hidrogênio. "Estamos chegando a uma encruzilhada", diz James Chao, diretor da IHS Automotive. "É difícil definir a importância da escolha entre baterias e hidrogênio. "Bilhões de dólares serão investidos em um ou o outro e poderão determinar quais empresas vão liderar a indústria até o final deste século."
Toyota Mirai. Foto: Divulgação
A China, grande importadora de combustível e marcada negativamente pelos altos índices de poluição do ar, aposta tudo nos carros elétricos. O governo oferece incentivos aos compradores, além de forçar montadoras globais a compartilhar sua tecnologia, abrindo seu mercado para empresas de tecnologia dispostas a produzir veículos elétricos no país.
"Sociedade de hidrogênio"
Mas o Japão vê o futuro de forma diferente e está investindo pesadamente em tecnologia de célula de combustível e infraestrutura, como parte de uma política nacional para promover o que eles chamam de uma "sociedade de hidrogênio", na qual o combustível de emissões zero dominará o mercado automotivo. A Toyota está empenhada em manter a liderança de propulsão alternativa estabelecida uma década e meia atrás, com o Prius híbrido elétrico.
"Não é que nós não estamos fazendo nada sobre os elétricos. Tecnicamente falando, trata-se de uma tecnologia relativamente mais fácil", observou Koei Saga, diretor administrativo da Toyota. "Mas ela precisa evoluir. Se você está procurando a melhor solução, o elétrico provavelmente não é."
Pesquisa conjunta
A China e o Japão não estão sozinhos. A General Motors está realizando uma pesquisa conjunta com a Honda em carros a hidrogênio, enquanto a BMW é parceira de célula de combustível da Toyota. Daimler na Europa e Hyundai na Coreia do Sul também trabalham em carros movidos a hidrogênio.
Enquanto isso, a China aposta fortemente nos elétricos e abriu sua indústria automobilística para empresas de tecnologia que tenham recursos para investir. O movimento gerou mais de meia dúzia de empresas de capital chinês investindo nesse setor, entre elas Baidu, Alibaba e Xiaomi.
Algumas companhias, como a LeTV e Faraday, criaram operações na Califórnia (EUA) para acompanhar de perto as experiências da Tesla. Ambas visam especificamente desenvolver elétricos para competir com o Tesla Model S nos próximos dois ou três anos.