Acompanhar o calendário de provas, checar tarefas para casa, participar de atividades na escola e proporcionar um ambiente de diálogo para que o jovem conte sobre a rotina escolar. Essas ações fazem parte da rotina de pais ou responsáveis de todo o país? Para tentar responder uma questão como essa, a pesquisa “Atitudes pela Educação” buscou entender a relação e a participação da família na vida escolar de crianças e adolescentes.
Foto: Cienpies Design/Free Images
A pesquisa foi promovida a partir de uma parceria entre o Todos Pela Educação, Fundação Roberto Marinho, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Fundação Itaú Social, Instituto Unibanco e Instituto C&A, com realização do Instituto Paulo Montenegro e do IBOPE Inteligência.
Para dar conta do mapeamento do comportamento dos pais em relação à vida escolar de crianças e jovens entre 4 e 17 anos, a pesquisa ouviu cerca de 2 mil responsáveis de diversas partes do país, incluindo áreas urbanas e rurais. Nesse universo, foram consideradas famílias de alunos da rede pública e privada de ensino, da educação infantil ao ensino médio.
Dentre os pais ou responsáveis ouvidos, um total de 53% alegaram ter participado de todas as reuniões escolares. Entre os entrevistados, 19% dizem não ter comparecido ao colégio, o que é justificado pela falta de tempo.
O estudo considerou duas dimensões de comportamento dos pais: a valorização da educação e o vínculo do adulto com a criança ou jovem. De acordo com Alejandra Meraz Velasco, coordenadora geral do movimento Todos Pela Educação, a valorização está relacionada a atitudes e práticas ligadas ao cotidiano escolar do adulto, enquanto o vínculo considera comportamento e relacionamento afetivo com a criança.
A partir do cruzamento entre essas duas variáveis, a pesquisa classificou os pais ou responsáveis em cinco perfis de participação da vida escolar das crianças e adolescentes: comprometidos, envolvidos, vinculados, intermediários e distantes.
No total, apenas 12% dos entrevistados foram classificados como comprometidos, grupo que apresenta maior número de respostas que demostram grande atribuição de responsabilidade familiar em relação à vida escolar do aluno, além de participar de atividades na escola com maior assiduidade.
Entre os envolvidos, estão 25% da amostra. Eles representam um grupo que se destaca por acompanhar a rotina escolar de seus filhos, mas possui um ambiente familiar menos propício ao diálogo.
A maior parte dos responsáveis foi classificada no grupo denominado vinculados, somando 27% dos entrevistados. Os indivíduos com esse perfil, embora mantenham um diálogo frequente com o aluno e tenham um bom relacionamento familiar, admitem não acompanhar tanto a rotina escolar do aluno e nem dialogar sobre o seu projeto de vida.
Os pais que apresentaram uma média entre as respostas, tanto em relação ao vínculo quanto à valorização, foram classificados como intermediários e equivalem a 17% dos entrevistados. Entre eles, 70% dizem conferir a lição de casa, ao mesmo tempo em que 67% afirmam manter um espaço para que a criança ou adolescente contem coisas ruins que aconteceram na escola.
Por fim, o grupo que apresenta pouca participação no ambiente escolar e dá pouco espaço de diálogo para as crianças e adolescentes foi classificado como distantes, equivalendo a 19% da amostra.