O estudo Saúde Brasil, divulgado ontem (29) pelo Ministério da Saúde, mostra que entre 2000 e 2012 o número de nascimentos no país caiu 13,3%. Mostra ainda que desde 2005 o número de filhos tem sido menor que 2,1 por mulher, índice considerado necessário para que a população não diminua no futuro.
Índice de nascimentos no Brasil cai abaixo da taxa de reposição. Foto: Leagun/Free Images
Esse índice, chamado taxa de reposição, só é ultrapassado na Região Norte, onde a taxa de fecundidade é 2,24 filhos por mulher. A Região Sul é onde as mulheres menos têm filhos, com 1,66 filho em média por mulher, seguida pelo Sudeste (1,67), pelo Centro-Oeste (1,8) e pelo Nordeste (1,85). A média nacional é 1,77 filho por mulher.
De acordo com o estudo, seguindo essa tendência, o processo de envelhecimento da população deverá se intensificar e, em duas décadas, o crescimento demográfico será estabilizado. Depois disso, a perspectiva é de redução do tamanho da população brasileira, o que confirma tendência verificada anteriormente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Depois dos 30
O estudo também aponta um aumento no número de brasileiras que esperam os 30 anos de idade ou mais para ser mãe pela primeira vez. Quanto maior o grau de escolaridade, mais tarde as mulheres optam pelo primeiro parto.
Segundo o Saúde Brasil, o percentual de mães com primeiro filho na faixa de 30 anos passou de 22,5%, em 2000, para 30,2%, em 2012. Já o número de mulheres com menos de 19 anos que tiveram filhos caiu de 23,5% para 19,3% no mesmo período.
Apesar do aumento na idade geral para o primeiro filho, as diferenças ligadas à escolaridade são grandes. Enquanto pouco mais de 45% das mulheres com 12 anos ou mais de estudos têm o primeiro filho depois dos 30 anos, mais da metade das que têm menos de sete anos de estudo têm o primeiro filho antes dos 20.
Os percentuais mais altos de mulheres que se tornam mães com 30 anos ou mais são registrados nas regiões Sudeste e Sul, com 34,6% e 33,6%, respectivamente. No Centro-Oeste, a taxa cai para 28,8%, seguido pelo Nordeste, com 26,1% e o Norte, com 21,2%.