Saúde / Comportamento
  

Estudo mostra que homens praticam mais atividades físicas que mulheres

41,2% deles praticam algum exercício no tempo livre, mas apenas 27,4% delas fazem o mesmo. No total, nos últimos cinco anos, aumentou em 12,6% no número de pessoas que se exercitam

por Aline Leal - Agência Brasil   publicado às 11:58 de 24/10/2014, modificado às 14:51 de 24/10/2014

Estudo do Ministério da Saúde mostra que os homens fazem mais exercícios físicos que as mulheres. Enquanto 41,2% deles praticam algum exercício no tempo livre, apenas 27,4% delas fazem o mesmo. No total, nos últimos cinco anos, houve aumento de 12,6% no número de pessoas que se exercitam. O crescimento ocorreu em todas as faixas etárias, com exceção da terceira idade, que manteve o percentual.

Estudo mostra que homens praticam mais atividades físicas que mulheres. Foto: Rawpixel/Fotolia

Os dados estão no levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgado hoje (24). Para o professor de educação física da Universidade de Brasília Luciano Santana Lopes, que é psicólogo especializado em atividade física e educação, hábitos estabelecidos na infância refletem na idade adulta. "É uma questão cultural mesmo. Os meninos são incentivados desde muito cedo pelos professores a praticar atividades físicas, principalmente as coletivas, ao passo que as meninas são constantemente direcionadas para um lado mais social, com bem menos exercício físico."

“Fazer exercício significa uma qualidade de vida melhor e uma quantidade de vida maior”, defende Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico assegura que praticar esportes traz diversos benefícios: “a saúde vai melhorar. Praticando atividade física, as pessoas vão ter menos pressão alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais disposição para o lazer e para o trabalho. As pessoas dormem melhor e acordam dispostas com menos depressão, menos alterações psicossomáticas. Também controlam o peso melhor, esse controle faz com que a sobrecarga do envelhecimento seja menor para as articulações, principalmente nos membros inferiores, o que diminui as dores articulares.”

Além de todos esses benefícios, o médico explica que estudos mostram que a atividade física reduz a chance de alguns tipos de câncer, além de melhorar a tonicidade da pele. Segundo o Ministério da Saúde, há redução de 20% a 30% de mortalidade por doenças crônicas entre quem pratica atividade física regular.

Ele conta que é muito bom ter o acompanhamento de um profissional de educação física para prescrever os exercícios e de um médico do esporte para avaliar a série, de acordo com o metabolismo e as metas do paciente. Porém, a ausência desses profissionais “não é desculpa para não praticar atividade física”, destaca o especialista em medicina do esporte.

Para a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Déborah Malta, o aumento de pessoas praticando exercício também se deve à disseminação da informação sobre todos os benefícios. Além disso, ela explica que hoje há mais academias em pontos mais convenientes para as pessoas. ”Há uma ambiência muito favorável em relação aos benefícios da atividade física, sem dúvida isso tem levado a um aumento da prática da atividade física de forma generalizada”, avalia.

A Vigitel também mostra que, entre as pessoas que têm mais de 12 anos de escolaridade, a prática regular de exercício chega a 45%, enquanto entre os que tem até 8 anos o percentual cai para 22%.

Para que as pessoas com menos escolaridade e, consequentemente, com menor renda, possam ter mais acesso a atividades físicas, foram instaladas 800 academias públicas ao ar livre, como parte do Plano de Ação para Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Tags:

saúde, esporte, trabalho, cultura, atividades físicas, mulheres, homens, depressão, disposição

Confira também

RevistaSaúde / Comportamento

Maio / 2017

Ansiedade: quem não tem?
por DARLENE PONCIANO BOMFIM
RevistaSaúde / Comportamento

Abril / 2016

O desafio de viver mais
por DARLENE PONCIANO BOMFIM
RevistaSaúde / Comportamento

Novembro / 2017

De olho na quantidade
por DARLENE PONCIANO BOMFIM