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Jornalismo está ameaçado por ‘fake news’ e polarização política, diz UNESCO

Em relatório publicado recentemente, a organização também destaca desenvolvimentos positivos, como a disseminação da checagem de fatos e a mobilização da sociedade civil

por ONU Brasil   publicado às 08:25 de 22/11/2017, modificado às 08:25 de 22/11/2017

A indústria da mídia, que permanece a principal fonte de notícias e informação na era digital, tem diante de si amplas oportunidades e profundos desafios, afirma a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em relatório sobre liberdade de imprensa, pluralismo, independência e segurança de jornalistas, publicado neste mês.

Foto: Andrys Stienstra de Burgum/Pixabay

“Cobrindo o período de 2012 a 2017, esse estudo não apenas mapeia as tendências globais, como faz um chamado inequívoco para ação para superar novos e persistentes desafios”, disse Irina Bokova, então diretora-geral da UNESCO, no documento intitulado “Tendências Mundiais para a Liberdade de Expressão e Desenvolvimento da Mídia”.

“(O relatório) fornece um ponto de referência único para Estados-membros, organizações intergovernamentais, grupos da sociedade civil, academia, jornalistas e profissionais de mídia, e todos aqueles que desejam compreender os fundamentos da liberdade de imprensa em um mundo em mudança”, acrescentou.

O relatório destaca desenvolvimentos positivos enquanto a sociedade civil se mobiliza para promover um maior acesso à informação, veículos de mídia cooperando com serviços de checagem de dados para combater uma torrente de desinformação, e um número cada vez maior de governos adotando leis de liberdade de informação.

Na era digital, diz o relatório, as mulheres jornalistas podem desenvolver uma presença on-line desprendidas das hierarquias das redações, e os jornalistas cidadãos e ativistas têm acesso a meios de comunicação de massa que antes eram inacessíveis.

O relatório, no entanto, alertou que “no mundo todo, o jornalismo está sob ataque”, citando a disseminação das notícias falsas e dos algoritmos nas redes sociais, que criam “salas de eco” e exacerbam a polarização política. Além disso, lembrou que alguns governos derrubaram o acesso à Internet, principalmente em períodos pré-eleitorais, enquanto jornalistas permanecem sob ataque, enfrentando crescente violência.

“Os desafios são ainda maiores para cidadãos do mundo todo, mulheres e homens que dependem do jornalismo profissional para conduzir o desenvolvimento e a transformação de suas sociedades”, disse Bokova.

Os principais dados foram reunidos por Guy Berger, diretor da Divisão de Liberdade de Expressão e Desenvolvimento de Mídia da UNESCO, em evento realizado ao lado da Comissão de Comunicação e Informação da Conferência Geral da UNESCO em Paris.

Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).

Tags:

informação, comunicação, jornalismo, polarização, fake news

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