A professora Elisângela Dell-Armelinda Suruí, de Cacoal, em Rondônia, foi escolhida a Educadora do Ano pelo prêmio Educador Nota 10, uma iniciativa da Abril e da Globo e uma realização da Fundação Victor Civita em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O anúncio aconteceu na semana passada (segunda-feira, 30/10), na Sala São Paulo, no centro da capital paulista.
A professora Elisângela Dell-Armelinda Suruí, de Cacoal, em Rondônia, foi escolhida a Educadora do Ano pelo prêmio Educador Nota 10. Foto: Fundação Victor Civita
No projeto ‘Mamug Koe Ixo Tig’, Elisângela criou junto com seus alunos da classe multisseriada de 1º a 5º ano da Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio Sertanista Francisco Meireles, que falam Paiter Suruí (língua indígena), um caderno de atividades de escrita e leitura na língua materna, estabelecendo relações com a língua portuguesa e com a de sinais, já que existem muitos surdos entre o Povo Paiter.
“O prêmio vai ajudar a transformar esse material em referência e levá-lo a outras escolas, outras etnias e comunidades quilombolas. É um grande sonho se realizando”, agradeceu Elisângela, não esquecendo seus alunos. “Sinto a presença de cada um de vocês aqui”.
Em sua 20ª edição, o prêmio bateu recorde de inscrições, com 5.006 iniciativas. Cada vencedor recebeu vale-presente de R$ 15 mil, assinatura da revista NOVA ESCOLA DIGITAL e um vale-presente de R$ 1 mil para a escola onde o projeto foi aplicado. O Educador do Ano ganhou, além dos itens acima, mais R$ 15 mil e um vale-presente de mais R$ 5 mil para a instituição na qual trabalha.
Veja a lista completa de premiados:
Adriane Gallo Alcantara da Silva
Gestora – EMEIF Profª Coraly Julia Gonçalves Carneiro (Assis – SP)
Adriane iniciou um trabalho de qualificação profissional com os professores, em parceria com as vice-diretoras e as coordenadoras pedagógicas. O objetivo era analisar os instrumentos de avaliação, estudar e propiciar trocas com docentes de outros municípios. A partir daí nasceu um evento que acontece a cada início e final de semestre. Além disso, a escola conta, hoje, com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) no apoio à formação continuada dos profissionais.
Cristiane Pereira de Souza Francisco
Educação Física (Fundamental 1) – Escola Estadual Antonio de Oliveira Bueno Filho (Araraquara – SP)
Ela começou deixando as crianças brincarem de bolinha de gude na aula de Educação Física, sem regras nem intervenções. O diálogo com a turma deu visibilidade à forma da criança pensar e interagir ao jogar, suas percepções, hipóteses, questionamentos, estratégias e interpretações.
Denise Rodrigues de Oliveira
Educação Infantil / Creche – EMEI Floresta Encantada (Novo Hamburgo – RS)
Denise reorganizou o berçário para dar a elas novas possibilidades de exploração, com menos interferência dos adultos. Ela idealizou e construiu materiais, brinquedos e objetos desafiadores e adequados às suas descobertas. Além disso, tomou a decisão de tirar os berços da sala, rompendo com o modo estereotipado e tradicional de administrar a hora do sono nas creches. Assim, os bebês podiam adormecer e acordar no seu tempo, movimentar-se ao despertar sem depender das professoras, interagir com os amigos e com o ambiente.
Di Gianne de Oliveira Nunes
História / Ensino Médio – Escola Estadual Monsenhor Alfredo Dohr (Lagoa da Prata – MG)
A Bíblia pode ser usada como fonte histórica? Essa dúvida manifestada por um aluno disparou um trabalho intenso em que passagens da Bíblia foram o estopim para diversas investigações da História Antiga. A turma de EJA do professor Di Gianne cumpre penas de regime fechado em uma unidade do sistema prisional, uma APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), e estudou sobre sociedades como as dos egípcios, assírios e romanos, em materiais fornecidos pelo docente.
Diogo Fernando dos Santos
Língua Portuguesa / Fundamental 1 – Escola Municipal Professora Odete Corrêa Madureira (Pindamonhangaba – SP)
O desejo do professor Diogo era que seus alunos escrevessem mais e melhor. Ao eleger os contos de Clarice Lispector e Sylvia Orthof, ele deu à turma do 5º ano oportunidades de apreciar, discutir e analisar excelentes referências. Tudo foi documentado em um blog, para que o processo de escrita e seus avanços fossem compartilhados com as famílias.
Flávia Roberta Alves Costa
Arte / Ensino Fundamental 2 – Escola Municipal Divino Espírito Santo (Recife – PE)
A professora Flávia faz uma pesquisa etnográfica para conhecer as comunidades indígenas de Pernambuco e sua produção artística. Em seguida, envolveu os alunos do 6º ano e suas famílias em outra pesquisa sobre a descendência indígena dos alunos. Na escola, eles tomaram contato com o tema por meio de contação de histórias e apreciação de imagens e receberam a visita dos Fulni-ô. A turma entrevistou os indígenas, assistiu e participou de danças e conheceu as pinturas corporais deste povo.
Gislaine Carla Waltrik
Geografia / Ensino Médio – Colégio Astolpho Macedo Souza (União da Vitória – PR)
A professora Gislaine resolveu investigar como a sexualidade é expressa no espaço geográfico escolar. Para isso, planejou atividades para os alunos observarem se as questões de gênero provocam ou não segregações espaciais e se há espaços marginais para determinados gêneros. Gislaine também aproveitou conteúdos da Geografia que se aproximam da sexualidade humana como análise do crescimento demográfico, globalização e tráfico de pessoas, controle de natalidade e pirâmide etária.
Luana Viegas de Pinho Portilio
Ciências / Fundamental 1 – Escola Colibri (Embú das Artes – SP)
Os alunos do 1º ano de Luana aprenderam na prática os comportamentos de um observador de aves. Tiveram como desafio, neste estudo, investigar o entorno da escola para conhecer e identificar quais as aves que visitavam o local. Além de ler textos e assistir a documentários e programas de reportagem, eles anotaram e desenharam em um livro de observações as características, as cores, os tamanhos e os tipos de bico das aves encontradas.
Rosely Marchetti Honório
História / Fundamental 2 – EMEF Infante Dom Henrique (São Paulo – SP)
O bairro do Canindé abriga um dos maiores polos da indústria de confecções do país, que emprega mão de obra imigrante em situação precária. Em uma escola do bairro, a professora Rosely observou preconceito entre os colegas, principalmente contra os bolivianos, e resolveu entrelaçar conteúdos históricos com a vida dos estudantes, descendentes de migrantes e imigrantes.