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Temer altera a agenda e cancela compromissos

No início da noite de ontem (17), o jornal O Globo revelou gravações em que Temer teria apoiado a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro

por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil   publicado às 12:00 de 18/05/2017, modificado às 12:00 de 18/05/2017

A agenda do presidente Michel Temer foi alterada no meio da manhã de hoje (18).  A agenda inicial previa reuniões com parlamentares do PSDB, PMDB, PP, DEM, PTB, PSD e PSB. Após o encontro que teve com o coordenador da bancada do Acre, senador Sérgio Petecão (PSD), os demais compromissos foram cancelados, por volta das 10h. De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente terá hoje despachos internos.

Michel Temer. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Na saída da reunião com Michel Temer, Petecão disse que o presidente estava tranquilo durante o encontro, e que falou muito em “conspiração”. “Essa foi a palavra que ele mais usou”, disse o senador. Segundo ele, Temer deverá fazer ainda hoje um pronunciamento ao país.

“Ele falou várias vezes: 'não vou cair, vou ficar firme, estou firme'. Pediu as fitas, os áudios, falou também que vai fazer pronunciamento em rede nacional. Falou que vai ver os vídeos e os áudios. Acredita que é uma conspiração. Nesse momento que o governo começa a dar sinais. Esse fato [as denúncias] prejudica o país. Todo mundo está preocupado”, acrescentou o senador.

No início da noite de ontem (17), o jornal O Globo publicou reportagem, segundo a qual, em encontro gravado em aúdio, em março deste ano, pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Batista, conforme a reportagem, firmou delação premiada com o Ministério Público Federal e entregou gravações sobre as denúncias.

Em nota, a Presidência da República informou que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato. A nota diz ainda que o presidente "não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".

Segundo a Presidência, o encontro com o dono do grupo JBS foi no começo de março, no Palácio do Jaburu. "Não houve, no diálogo, nada que comprometesse a conduta do presidente da República".

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